Briefing: seremos testemunhas, n?o mensageiros de um documento
Cidade do Vaticano
¡°Cresce em muitos padres sinodais o desejo de deixar o Sínodo não como mensageiros de um texto, mas testemunhas de um evento que não é um parlamento.¡± O abade geral da Ordem Cisterciense, Pe. Mauro Giorgio Giuseppe Lepori, que no Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens representa o mundo monástico, falando aos jornalistas no briefing desta quarta-feira (17/10), na Sala de Imprensa da Santa Sé, já olha para a conclusão da Assembleia sinodal, dia 28 de outubro.
O abade destacou aos jornalistas que entre os 267 padres sinodais o evento de comunhão ¡°está prevalecendo sobre a preocupação de criar um texto¡±, ou seja, o documento final. ¡°É realmente uma experiência de Igreja, um testemunho de fraternidade eclesial¡±, acrescentou o religioso. ¡°Uma Igreja que em si mesma é resposta aos problemas.¡±
Os próprios bispos diocesanos ¡°são educados à escuta de seu rebanho¡±, que não quer encontrar demasiados intermediários para falar com seu pastor, respondeu o abade cisterciense instado por uma das perguntas que lhe foram dirigidas.
Sobre o tema da escuta falou também o Irmão Alois, prior da Comunidade Ecumênica de Taizé, na França, em cuja comunidade o ¡°ministério da escuta¡± dos jovens é fundamental, e é exercido também por leigos.
Frei Alois: falou-se pouco sobre ecumenismo
¡°Em Paris já existem igrejas abertas, com pessoas disponíveis à escuta. Ficam à disposição ao término da missa, como primeiro contato com que quem pede ajuda ou quer partilhar um sofrimento ou mesmo uma alegria¡±, contou ele.
As paróquias deveriam ser comunidades acolhedoras nas quais se reza juntos e nas quais os jovens veem que o Evangelho é algo de concreto.
Não se falou muito sobre ecumenismo, lamentou o prior de Taizé, ¡°mas os jovens querem rezar juntos com os fiéis de outras confissões cristãs, pedem isso¡±. Contudo, a contribuição dos delegados fraternos nos trabalhos de grupos é importante, reconheceu.
O pastor: uma nova linguagem para falar ao mundo
Também participou do briefing sinodal o delegado fraterno da Comunhão Mundial das Igrejas da Reforma, pastor Marco Fornerone. ¡°Vivo a surpresa da proximidade que encontrei nos temas abordados, nos desafios da Igreja de hoje. Uma grande proximidade na reflexão que se faz sobre a relação Igreja¨Cmundo e sobre a necessidade de repensar a linguagem com a qual a Igreja se dirige ao mundo¡±, explicou aos jornalistas.
Dom Tencer: os jovens preferem a Bíblia no celular
Por sua vez, o bispo de Reykjavík, capital da Islândia, Dom Frei David Bartimej Tencer, frade capuchinho, falou sobre novas linguagens e mundo digital. ¡°Sem o digital nós na Islândia estaríamos perdidos¡±, ressaltou, contando ter organizado ¡°a escola de catecismo via Skype, porque há paroquianos a 700Km de distância. Assim estive em contato muito real com eles¡±, enfatizou.
¡°Os jovens da minha diocese preferem baixar a Bíblia no smartphone a lê-la em impresso. A Igreja segue adiante, também graças ao mundo digital, na direção em que faz os jovens se sentirem sempre mais protagonistas¡±, acrescentou.
Ruffini: uma Igreja protagonista no mundo digital
O prefeito do Dicastério vaticano para a Comunicação, Paolo Ruffini, observou por sua vez que o tema do acompanhamento é um tema central na Sala do Sínodo: buscar estar onde os jovens se encontram. Portanto, fazer-se presente no mundo digital¡±.
Falou-se sobre ¡°como a Igreja pode estar presente no mundo digital de modo oficial, como protagonista, com liberdade, prudência e responsabilidade¡±. Por conseguinte, foi dito no Sínodo, ¡°é preciso dar um passo ulterior para estar presente de modo mais estruturado, com uma plataforma mais oficial¡±.
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