Briefing sinodal. Card. Retes: Igreja deve ir aonde os jovens est?o
Cidade do Vaticano
¡°A Igreja deve mudar muitíssimo, abrindo-se aos espaços onde os jovens estão presentes, fazer-se missionária sobretudo no mundo digital. E depois acompanhá-los na vida, mas respeitando a liberdade deles.¡±
O arcebispo de Cidade do México, cardeal Carlos Aguiar Retes, antecipou assim, no briefing desta quarta-feira (10/10) na Sala de Imprensa da Santa Sé referente à sexta e sétima Congregação Geral do Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens, as considerações que o nortearão em seu trabalho na Comissão para a redação do documento final na qual representa a América.
Sem valores partilhados jovens encontram-se em dificuldade
O arcebispo primaz do México citou o filósofo espanhol José Ortega y Gasset para recordar que todas as gerações jovens, na história, fizeram um esforço para adaptar-se à cultura do próprio tempo, mas hoje é difícil identificar valores partilhados e uma cultura comum. ¡°Desse modo, os adolescentes acabam não entendendo bem para onde ir¡±, ressaltou.
Respondendo a uma pergunta dos jornalistas, o purpurado disse que no México existem quarenta casas de acolhimento para os migrantes que batem à porta dos EUA, ¡°e os jovens encontram-se em sua maioria entre os voluntários¡±.
O ¡°totalitarismo anônimo¡± das redes sociais
Em seguida, explicou que durante os trabalhos do Sínodo se falou de um ¡°novo totalitarismo¡±, do ¡°anonimato nas redes, que é manipulado e gera ideologias de modo escondido¡±. As primeiras vítimas desta forma inédita de totalitarismo são exatamente os jovens, alguns dos quais ¡°são levados até mesmo ao suicídio baseando-se em instruções nas redes¡±.
Portanto, uma ¡°educação integral, sobretudo dos jovens, é fundamental para construir uma sociedade baseada em relações fraternas e solidárias¡±.
Dom Hollerich: primeiro os pobres, assim se freia o populismo
Após o cardeal Aguiar Retes, o arcebispo de Luxemburgo e presidente da Comissão das Conferências Episcopais da Comunidade Europeia (Comece), Dom Jean-Claude Hollerich, ressaltou que com seu aplauso e seu entusiasmo os jovens, no Sínodo e no pré-Sínodo, ¡°nos indicaram as coisas que são mais importantes para eles¡±.
Respondendo a uma pergunta, o prelado explicou que como bispo europeu está muito preocupado com os totalitarismos, ¡°que podem destruir a construção europeia que nos deu a paz¡±.
Em todo totalitarismo, observou, ¡°há sempre um certo egoísmo: há uma preocupação com a felicidade somente dos próprios cidadãos, não se cuida dos outros¡±. ¡°Se nós, como Igreja, nos concentrarmos mais sobre os mais fracos, sobre os marginalizados, faremos prevenção contra o populismo¡±.
Briana: meu discernimento pela vida consagrada
Por fim, a auditora Briana Santiago, 27 anos, estadunidense de Sant¡¯Antonio, no Texas, há cinco anos em formação com a comunidade de consagradas Apóstolas de vida interior, e estudante de filosofia e teologia na Pontifícia Universidade Lateranense de Roma, recordou ter sido a primeira jovem a dar seu testemunho na Sala do Sínodo.
Ela partilhou seu caminho de discernimento por uma vocação à vida consagrada, e a partir daquele momento em ¡°toda pausa dos trabalhos me aproximava dos cardeais, dos bispos e dos jovens para discutir alguns pontos de meu pronunciamento¡±, ressaltou.
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