A jovem mártir eslovaca Ana Kolesárová é Beata
Manoel Tavares - Cidade do Vaticano
O Cardeal Angelo Becciu presidiu na manhã deste sábado (01/9) em KoÅ¡ice, Eslováquia, ao rito de Beatificação de Ana Kolesárová, uma jovem que, a exemplo de Santa Maria Goretti, morreu mártir por defender a sua pureza e castidade.
Esta foi a primeira beatificação que o Cardeal Becciu preside desde que foi nomeado em agosto pelo Papa Francisco como Prefeito da Congregação das Causas dos Santos, em substituição ao Cardeal Angelo Amato.
Ao falar ao Pope antes de viajar à Eslováquia, o purpurado afirmou que a mensagem que Ana Kolesárová deixa, é uma mensagem "totalmente contra a corrente; uma jovem de 16 anos que tem a força para se opor à brutalidade de um militar soviético que queria abusar dela. Ela se recusa, não apenas por um simples instinto de defesa, mas pela crença de que ela tinha que se manter pura e casta. Em um mundo em que se ri destes valores, é uma mensagem belíssima."
Quem é a nova Beata
Ana Kolesárová nasceu na cidade de Vysoká nad Uhom, Eslováquia, em 14 de julho de 1928, em uma família de agricultores. Sua mãe faleceu quando tinha dez anos. A menina adquiriu a fortaleza de Deus e aprendeu a fazer as tarefas de sua casa.
Ana contou com o apoio dos seus amigos e familiares, com os quais se dava bem, e se distinguia pelo seu lindo sorriso.
Ao crescer, sua beleza acompanhava a sua vida pura: além dos afazeres de casa, organizava peregrinações marianas com suas amigas, cuidava dos animais e gostava de colocar em sua cabeça uma coroa com dentes de leão.
Em 1944, o flagelo da Segunda Guerra Mundial atingiu a vida simples e alegre do seu povoado. Ana, que ainda não tinha 16 anos, começou a usar roupas pretas. Certo dia, um vizinho lhe perguntou o motivo e ela respondeu: "Tenho medo que os soldados vejam que sou jovem".
Na noite anterior à sua morte, Ana foi à Missa para se fortalecer com a Eucaristia. Em 22 de novembro de 1944, os soldados chegaram para libertar a região, mas se comportavam como animais, enquanto davam a caça ao inimigo.
Um deles entrou na casa da família Kolesárová, cujos membros e outros moradores estavam escondidos no porão. O pai achou que o soldado estava com fome e pediu a Ana que lhe desse algo para comer. A menina obedeceu, mas o soldado percebeu logo que, sob aquele manto escuro, não estava uma pessoa adulta, mas uma menina jovem. Linda e pura.
Então o homem começou a pronunciar palavras obscenas e lhe disse: "Entregue-se ou morrerá imediatamente".
A menina se negou, porque não queria cometer pecado. O soldado cheio de raiva apontou a arma para ela e gritou: "Diga adeus ao seu pai"! Enquanto seu pai rezava, ouviu o grito da sua filha: "Adeus pai! Jesus, Maria, Joséâ€! Ana morreu no dia 24 de novembro de 1944, com a idade de 16 anos.
No dia seguinte, os habitantes do povoado construíram um caixão para colocar o cadáver da jovem mártir. Ela foi enterrada de noite, sem a presença de um sacerdote e nenhuma cerimônia fúnebre.
O sacerdote jesuíta Michal Potocký, natural do povoado de Vysoká, reuniu testemunhos sobre a vida e a morte de Ana. Após a queda da União Soviética, os fiéis começaram a fazer peregrinações ao seu túmulo.
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