Padre Renato: Sacramento do Batismo, fonte e origem de toda santidade
Padre Renato dos Santos - SDB - Cidade do Vaticano
Quando pensamos na natureza mais profunda do Sacramento do Batismo, entendemos que este Sacramento nos lança em direção à santidade, já que Batismo é um vital e alegre mergulho na santidade de Deus. Assim sendo, o Batismo se torna a fonte primeira da nossa vida em Deus e do nosso crescimento na santidade. Melhor dizendo, santidade é a consequência alta do nosso Batismo.
É no Batismo que encontramos a nossa vocação à santidade. Afirma o Papa Francisco: “Deixa que a graça do teu Batismo frutifique num caminho de santidade. Deixa que tudo esteja aberto a Deus e, para isso, opta por Ele, escolhe Deus sem cessar. Não desanimes, porque tens a força do Espírito Santo para tornar possível a santidade e, no fundo, esta é o fruto do Espírito Santo na tua vida (cf. Gal 5, 22-23).(GE 15)
Santidade: um grande não à vida medíocre...
O Batismo, grande inserção do humano no coração de Deus, nos ajuda a entender que a santidade deveria ser o nosso maior projeto de vida. Projeto diz de planificação, de metas, de construção, de fundamentos sólidos... Uma vida vivida sem projetos bem idealizados e fundamentados em alicerces seguros, se transforma em vida medíocre. Na Exortação Apostólica encontramos: “O Senhor... Quer que sejamos santos e espera que não nos resignemos com uma vida medíocre, superficial e indecisa”.(GE 1) Não é uma vida medíocre, absolutamente, que Deus pensou para nós.
Deus distribui os talentos para a edificação das pessoas. Para Deus, todos somos extraordinários, todos temos luz própria. Portanto, o contrário de uma vida medíocre, superficial e indecisa é uma vida posta a serviço da vida. O próprio Papa diz: “Cada cristão, quanto mais se santifica, tanto mais fecundo se torna para o mundo”. (GE 31) Assim sendo, a nossa grandiosidade de batizados está, justamente, na decisão convicta de que podemos e devemos ser instrumentos úteis nas mãos de Deus para a transformação das realidades onde nos encontramos. Escreve o Papa: “Faz-se discernimento, não para descobrir que mais proveito podemos tirar desta vida, mas para reconhecer como podemos cumprir melhor a missão que nos foi confiada no Batismo, e isto implica estar disposto a fazer renúncias até dar tudo”.( GE 174)
A humanidade anda sedenta de alegria e felicidade...
Na diversidade das realidades sociais nem sempre positivas, com tanta aridez espiritual, onde as pessoas andam sedentas de alegria e felicidade, a construção da santidade, seja ela pessoal, familiar, ou, comunitária, torna-se um projeto de vida insubstituível e intransferível. Nesta perspectiva a santidade deveria ser o nosso ideal maior. Afinal, o projeto primeiro no percurso da nossa vivência de filhos e filhas deste Deus que é santo, está o convite explicito à santidade: "Sede santos, assim como vosso Pai celeste é santo". (Mt 5,48)
Optar por construir um caminho de santidade é a certeza de sermos, efetivamente, alegres e felizes. Longe da fonte da graça, isto é, longe de Deus, a alegria e a felicidade não serão possíveis, jamais. Só um projeto bem definido de santidade nos levará às verdadeiras alegrias. Encontramos na Exortação: “Deste modo, sob o impulso da graça divina, com muitos gestos vamos construindo aquela figura de santidade que Deus quis para nós: não como seres autossuficientes, mas «como bons administradores das várias graças de Deus» (1 Ped 4, 10)”. (GE 18)
Estamos usufruindo as graças do Batismo para crescer na santidade?
Em nosso projeto de santidade, temos colocado a vida a serviço da vida?
Na próxima semana continuaremos a reflexão sobre a Exortação Apostólica Gaudete et Exultate.
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