Cardeal Parolin: Santa Sé na defesa da liberdade religiosa
Cidade do Vaticano
Foi realizado em Roma, na segunda-feira (25/06), na Pontifícia Universidade Santa Cruz, um Simpósio sobre a defesa internacional da liberdade religiosa, organizado em colaboração com a Ajuda à Igreja que Sofre, a Comunidade de Santo Egídio e a Embaixada dos Estados Unidos junto à Santa Sé. O discurso conclusivo foi do cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano.
Ao responder algumas perguntas durante o evento, o cardeal Parolin falou sobre o Dia de reflexão e oração pela Paz no Oriente Médio que será realizado em Bari no dia 7 de julho com a participação do Papa Francisco e os líderes das Igrejas Orientais: “Como sempre, Papa Francisco propõe sinais muito significativos. E isto é mais um sinal da sua proximidade às terras e aos povos que sofrem perseguiçõesâ€.
Colaboração entre as Igrejas cristãs
Ao falar dos propósitos do Santo Padre relativos ao evento de Bari, o Secretário de Estado disse: “O Santo Padre tem a convicção de que as Igrejas cristãs – estarão presentes patriarcas de várias denominações cristãs - possam colaborar na busca de uma solução, considerando também o forte sentimento religioso daquelas populaçõesâ€. “Portanto será um passo nesta direção – acrescentou Parolin – ou seja, garantir maior liberdade religiosa, garantir respeito por todos e colaboração de todos para a construção do próprio paísâ€.
Parolin: sobre as migrações é necessário uma resposta europeia
Depois o cardeal Parolin respondeu a algumas perguntas sobre o tema da gestão dos fluxos migratórios e da acolhida dos migrantes: “Acredito que seja necessário uma resposta comum a este problema. Certamente, os portos fechados não são uma respostaâ€. Em seguida, falou do encontro desta terça-feira (26/06) entre o Papa Francisco e o presidente francês Emmanuel Macron, o Cardeal indicou que “a questão das migrações certamente será um dos temas a serem tratadosâ€.
Superar a indiferença política
No discurso de conclusão o Secretário de Estado indicou uma série de ações a serem colocadas para defender a liberdade religiosa, entre as quais: superar a indiferença política; sensibilizar a opinião pública; fazer com que as condições econômicas e sociais permitam a volta das minorias às suas terras de origem; alimentar o diálogo inter-religioso, cuidar da formação religiosa para prevenir a radicalização e bloquear o fluxo de dinheiro e armas que permitem o ataque às minorias.
Preocupação pelas perseguições às minorias
“Participei deste simpósio porque a Santa Sé está na primeira linha pela defesa e promoção da liberdade religiosa – explicou o purpurado – e acompanha com extrema preocupação o que está acontecendo no mundo, onde as minorias, tanto étnicas quanto religiosas, não são respeitadas, ao contrário, muitas vezes são hostilizadas, até mesmo perseguidas para que desapareçamâ€. “Queremos que as religiões se tornem fatores de paz e portanto, por meio de um sério e construtivo diálogo inter-religioso, ofereçam soluções aos inúmeros conflitos existentes no mundoâ€, concluiu o cardeal.
Cristãos são os mais perseguidos
Também estava presente no Simpósio o presidente da Comunidade de Santo Egídio, Marco Impagliazzo, que sublinhou a necessidade de ligar a liberdade religiosa aos outros direitos. Também evidenciou que os cristãos continuam sendo a comunidade de fiéis mais perseguida no mundo.
A liberdade religiosa não é uma ameaça
Mons. Khaled Akhasheh, responsável do Islã junto ao Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, auspiciou que a liberdade religiosa “seja vista não como uma ameaça à paz e à harmonia das sociedades, mas como uma condição necessária para um verdadeiro bem-estarâ€. Também falou que a defesa da liberdade religiosa deve valer para todos os homens principalmente no nosso mundo globalizado. “A universalidade, é também uma condição necessária para a credibilidade dos que crêem e das suas religiões porque a seleção, em base étnica ou religiosa, não é aceitávelâ€. Sobre isso recordou que os muçulmanos apreciaram muito a atenção dada pelo Papa Francisco ao povo Rohingya.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp