Dom Jurkovi?: d¨ªvida externa excessiva esmaga direitos dos pobres
Cidade do Vaticano
O Observador Permanente da Santa Sé na ONU, em Genebra, na Suíça, Dom Ivan Jurkovi?, solicitou a Comunidade internacional, nesta quinta-feira (01/03), a assumir políticas transparentes e responsáveis de apoio a quem deve reestruturar uma economia.
O arcebispo citou alguns exemplos do passado, como o caso recente da Grécia, e da Argentina que ainda combate com a liquidação de uma dívida externa que se tornou particularmente difícil pelos especuladores dos chamados ¡°fundos de abutres¡±.
A esse tipo de medida financeira, definida como ¡°predadora¡±, referiu-se o arcebispo na 37ª sessão do Conselho da ONU para os Direitos Humanos. Um fardo que torna escravos desse sistema imaterial quanto, em alguns casos, implacável que é o mundo financeiro.
O encontro centralizou-se no impacto da dívida externa e outras obrigações financeiras sobre os direitos humanos e fez com que o delegado pontifício recordasse as palavras do Papa Francisco proferidas, em 2015, nas Nações Unidas, exortando os organismos financeiros internacionais a ¡°vigiar¡± sobre o ¡°desenvolvimento sustentável dos países¡± a fim de evitar ¡°a submissão asfixiante dessas nações a sistemas de crédito que, longe de promover o progresso, sujeitam as populações a mecanismos de maior pobreza, exclusão e dependência¡±.
Segundo Dom Jurkovi?, é ¡°preciso promover políticas mais sólidas sobre a transparência do balanço público, assunção e empréstimo responsável¡±, como também estratégias ¡°que freiam a evasão fiscal e a corrupção¡±.
¡°Quando um desastre se abate contra uma nação ou quando a penúria afeta áreas pobres, é preciso ser capaz de avaliar essas situações¡± a fim de que os Princípios orientadores das Nações Unidas sejam ¡°aplicados nas várias circunstâncias de crises financeiras agudas, em períodos econômicos desfavoráveis, tanto nos países em desenvolvimento quanto nas economias altamente avançadas.¡±
A crise econômica mundial mostrou ¡°negligência estrutural dos direitos humanos¡± na formulação de políticas econômicas, incluindo a ¡°proteção insuficiente dos desfavorecidos¡± e a ¡°falta de atenção, transparência e responsabilidade¡±.
O prelado recordou que ¡°as relações financeiras que aumentam a desigualdade e não promovem a convergência dos rendimentos são contrárias à justiça¡±.
A Santa Sé espera que ¡°os esforços precedentes da Assembleia Geral da ONU para melhorar a restruturação da dívida¡± possam criar um sistema financeiro mais ¡°responsável e transparente¡±.
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