“Eu vejo Jesus”: as vozes dos jovens autores da Via Sacra no Coliseu
Alessandro Di Bussolo, Silvonei José – Cidade do Vaticano
Na Sexta-feira Santa, o Papa Francisco, os fiéis reunidos no Coliseu, e milhões de telespectadores conectados em todo o mundo reviverão a Paixão de Cristo ajudados pelas suas meditações nas 14 estações da Via Sacra: são jovens de 16 a 20 anos coordenados por Andrea Monda, professor de religião jornalista e escritor. Entramos na escola Albertelli de Roma e conversamos com quatro delas, quatro jovens que estão se preparando para a Universidade.
Nos textos da Via Sacra no Coliseu, a interioridade da juventude de hoje
Cecilia Nardini, que escreveu a meditação da sexta estação, “Verônica enxuga o rosto de Jesus”, nos diz que a mulher no Gólgota não presta atenção ao rosto deformado de Cristo, mas o ajuda, enquanto no mundo de hoje as aparências são o que nos fazem julgar uma pessoa. Sofia Russo, a colega que meditou sobre o encontro de Jesus com as mulheres, da oitava estação, conta que não gosta da falta de clareza que existe também entre “nós jovens, enquanto me chama a atenção - disse - como Jesus adverte as mulheres não para julgá-las, mas para trazê-las de volta ao caminho certo”.
Conversamos depois com Greta Giglio, que refletiu sobre a décima estação e sobre Jesus, que é despojado de suas vestes antes da crucificação. Em Jesus privado de tudo, até da roupa, - diz a jovem -, vejo as pessoas que vêm até nós, “muitas vezes privadas de suas casas e de todos os seus bens, e quando chegam aqui, também da dignidade”. Enfim, para Greta Sandri, que meditou sobre Jesus pregado na Cruz, a décima primeira estação, perguntamos o que ela teria feito se realmente estivesse em Jerusalém naquele dia. “Condicionada pela multidão - ela confidencia - acho que também eu o teria condenado, e depois me arrependeria. Talvez não teria a força para ver imediatamente a verdade”.
Na conclusão, falamos também com Andrea Monda, que coordenou o trabalho dos 15 autores, doze moços e três moças. “Eles estão sozinhos em um mundo que os bombardeia com mensagens e imagens - nos diz - e precisam de adultos críveis, que saibam escutá-los, mas também que lhes permitam de se exprimir”.
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