Cardeais Hummes e Bergoglio na 'Turma de 2001': a mais universal
Cristiane Murray - Cidade do Vaticano
Dezessete anos atrás, a Igreja viveu um fato inédito: num só consistório, o Papa João Paulo II criou 44 novos membros para o colégio cardinalício. Foi a chamada ‘Turma de 2001’, com um número recorde de latino-americanos.
Eram os primeiros cardeais do Novo Milênio, aquele que para Papa Wojtyla significava ‘um novo tempo’. O Papa João Paulo II sonhava um mundo melhor, com uma Igreja mais iluminadora.
América Latina começa a ressurgir
A ‘Turma de 2001’ foi a mais universal da História, com nomes de 27 países de 4 continentes: um consistório considerado histórico também por ter elevado ao cardinalato o arcebispo de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, atual Pontífice.
Com ele em 2001, o arcebispo de outra metrópole latino-americana, São Paulo, recebia o barrete: o hoje Presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia e da Rede Eclesial Pan-amazônica (REPAM), Dom Cláudio Hummes.
“Era o sinal da parte de João Paulo II de que ele queria fazer com isto, manifestar, a universalidade, o abraço da Igreja a todos os povos, na medida do possível, criando cardeais em países aonde não havia ainda”.
“Foi muito significativo aquele momento, além de ter tido um aspecto curioso, porque João Paulo II havia anunciado 37 novos cardeais e uma semana depois, acrescentou mais 7 e acabou ficando em 44. Todo mundo se perguntava porque o Papa fez uma coisa tão inédita, porque uma semana depois acrescentar mais 7. Há muitas especulações sobre isto mas nunca houve uma explicação oficial”.
Poucos anos mais tarde, o novo Pontífice, Bento XVI, deu luz verde à realização da V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano, que se realizou em maio de 2007, em Aparecida: outro marco para a Igreja do continente e novamente, Dom Cláudio e o futuro Papa juntos, cumprindo a mesma profética trajetória.
O Cardeal Bergoglio foi, depois do Papa Bento XVI, que abriu a Conferência, a figura central dentro do percurso da Assembleia. Ele tinha um lugar de grande destaque, grande importância porque era o Presidente da Comissão de Redação do documento. Portanto, por causa de sua visão pastoral, de sua visão de futuro, fez com que este documento, que recolhia todas as contribuições (seja do Episcopado antes da Conferência, como a produção dos grupos e assembleias produziam) fossem redigidas. Deveria ser um documento viável para ser votado, eventualmente. Como de fato, foi”.
“Todos este conjunto de elementos mostra que nós só podemos louvar a Deus e agradecer a Deus porque a América Latina é um continente tão sofrido e muitas vezes muito esquecido e explorado... que está conseguindo ser uma luz, junto com outras muitas luzes da Igreja no mundo”.
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