"Não esqueçam a í": apelo do núncio apostólico em Damasco
Cidade do Vaticano –
“Não esqueçam a Síria!”: este é o apelo do cardeal Mario Zenari, núncio apostólico em Damasco.
Em entrevista ao jornal L’Osservatore Romano, o cardeal fez uma descrição dramática da situação que o país está vivendo, que se deteriorou nos últimos dias.
De fato, afirmou o núncio, a Síria ainda é um “campo de batalha”, submetido a um “dilúvio de fogo”, com grande parte da população ao extremo de suas forças.
“Nesses últimos dias, é preciso estar atento inclusive para sair de casa”, relatou o cardeal. Muitos pais decidiram não mandar mais as crianças para a escola. O risco é demasiado elevado. Também as escolas cristãs fecharam. Há realmente muito medo.”
Qual é a situação do ponto de vista humanitário?
Na região leste de Damasco, uma população de cerca de 400 mil habitantes vive há quatro anos sob ataque. E ultimamente transcorrem os dias sob as bombas e entre o fogo cruzado. As ajudas humanitárias conseguem chegar com o conta-gotas. Prova disso são os contínuos apelo do Unicef. Centenas de crianças vivem numa situação de absoluta desnutrição. As pessoas sobrevivem cozinhando sopas feitas com as folhas das árvores, de ervas. É impressionante. Além das bombas e dos disparos, as pessoas não têm o que comer. As imagens são terrificantes. Cerca de 70% da população síria vive em condições de extrema pobreza.
E mesmo assim parace que a imprensa internacional colocou a situação do país em segundo plano…
É por isso que faço novamente um forte apelo à mídia. Eu já o fiz no início do ano e é importante repeti-lo. Diminuiu o nível de atenção. Pensa-se que com a derrota do Isis, que praticamente abandou cerca de 90% do território, a Síria esteja caminhando para a normalidade. Mas o Isis era somente uma parte, grave, do problema sírio. Ao invés, permanece o problema central. Todos os que estão presentes no país com bandeiras, homens e armas não têm um acordo entre si. Há uma espécie de todos contra todos… Não se pode esquecer a Síria! Porque estamos vivendo um momento muito grave. Os esforços diplomáticos das Nações Unidas na busca de acordos devem ser amparados. O mundo não deve esquecer este sofrimento. Um sofrimento que atinge sobretudo os civis e, de modo especial, as crianças. E recordando o dia convocado pelo Papa Francisco em 23 de fevereiro e dedicado à República Democrática do Congo, ao Sudão do Sul e a todos os países que sofrem por causa da guerra, peço orações pela Síria e por todos os sírios.
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