Francisco: prepararei uma Exorta??o Apost¨®lica dedicada ¨¤s crian?as
Salvatore Cernuzio ¨C Pope
No final do Encontro Internacional sobre os Direitos da Criança realizado, nesta segunda-feira (03/02), no Vaticano, o Papa Francisco anunciou, em seu discurso de encerramento do evento, que pretende "preparar uma Exortação Apostólica dedicada às crianças".
Francisco expressou sua sincera gratidão a todos os participantes no final do Encontro sobre os Direitos da Criança. "Graças a vocês, as salas da Residência Apostólica tornaram-se hoje um ¡°observatório¡± aberto para a realidade da infância em todo o mundo, uma infância que infelizmente é muitas vezes ferida, explorada, negada", disse o Pontífice. "A presença de vocês, a sua experiência e a sua compaixão deram vida a um observatório e, sobretudo, a um "laboratório": em vários grupos temáticos, vocês desenvolveram propostas para a proteção dos direitos das crianças, considerando-as não como números, mas como rostos", sublinhou Francisco.
"Tudo isso dá glória a Deus, e a Ele o confiamos, para que o seu Espírito Santo o torne fecundo e fértil", disse ainda o Papa.
Cerca de 40 oradores de alto nível, entre políticos, Prémios Nobel, representantes do mundo da cultura, da economia, da Igreja, do judaísmo e do islamismo, revezaram-se na mesa oval montada da Sala Clementina para o Encontro Internacional sobre os Direitos da Criança. Um evento desejado pelo Papa Francisco e organizado pelo Pontifício Comitê para a Jornada Mundial da Criança, dividido em duas sessões e marcado por sete painéis temáticos. O Papa - depois de ter aberto o encontro esta manhã com um longo discurso no qual reiterou a importância da vida, da infância, dos sonhos das crianças e também dos seus silêncios - concluiu os trabalhos com o anúncio de uma Exortação Apostólica dedicada às crianças com o objetivo de ¡°dar continuidade¡± ao compromisso lançado nesta segunda-feira no Encontro e ¡°promovê-lo em toda a Igreja¡±.
"As crianças nos observam"
O Papa citou o padre Ibrahim Faltas, vigário da Custódia da Terra Santa, que falou pouco antes. Em particular, o Papa disse que ficou impressionado com a frase: "As crianças nos observam". "Foi também o título de um filme famoso: as crianças nos observam", acrescentou em referência ao famoso filme de 1944 de Vittorio De Sica. As crianças "nos observam para ver como seguimos na vida", sublinhou Francisco.
A carta das crianças
No início da sessão da tarde, o Papa quis ler alguns trechos da carta que, esta manhã, um grupo de crianças das escolas católicas de Roma, da comunidade indonésia e das Escolas da Paz de Santo Egídio e Auxilium deram a ele junto com alguns desenhos. "Querido Papa Francisco, escrevemos a você em nome das crianças de toda a Terra", diz a carta lida pelo Papa. "Queremos agradecer porque você se preocupa conosco e com o nosso futuro, nos ama e nos protege. Muitas crianças sofrem por causa da fome, da guerra, da cor diferente da pele, e pelos desastres ambientais". "Queremos um mundo mais justo, sem divisões entre os povos, entre ricos e pobres, entre jovens e idosos", continua a carta. "Um mundo que seja também mais limpo, onde a poluição não destrua as florestas, não suje o mar e não mate tantos animais. Entendemos que é mais importante salvar a Terra do que ter muito dinheiro".
A oitava exortação do pontificado
A Exortação Apostólica sobre as crianças anunciada, nesta segunda-feira (03/02), pelo Papa Francisco será a oitava do seu pontificado, começando com Evangelii Gaudium de 2013 e terminando com C'est la confiance de 2023. Será um novo capítulo de um magistério marcado pela atenção a uma categoria frágil e vulnerável, vítima de abuso sexual e não só, de exploração, de violência, crianças privadas da infância, da brincadeira e do tempo livre, como destacado em muitos painéis nesta segunda-feira. O Papa também dedicará um evento jubilar às crianças nos dias 24 e 25 de maio, na expectativa da segunda edição da Jornada Mundial da Criança, após a primeira realizada em maio passado no Estádio Olímpico de Roma, ocasião em que o Papa reiterou que, neste mundo de guerras, ¡°é sempre possível fazer a paz¡±. E fazer a paz a partir da contribuição dos pequeninos, de suas necessidades e de seus desejos.
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