O Papa: o Esp¨ªrito ¨¦ um vento que n?o pode ser ¡°engarrafado¡±, Ele cria e torna livres
Mariangela Jaguraba ¨C Pope
"O vento sopra onde quer. Onde há o Espírito de Deus, há liberdade" foi o tema da catequese do Papa Francisco na Audiência Geral, desta quarta-feira (05/06), realizada na Praça São Pedro.
Francisco refletiu sobre o nome pelo qual o Espírito Santo é chamado na Bíblia. "A terceira pessoa da Trindade tem um nome: chama-se Espírito Santo. Contudo, ¡°Espírito¡± é a versão latinizada. O nome do Espírito, aquele pelo qual o conheceram os primeiros destinatários da revelação, com o qual o invocaram os profetas, os salmistas, Maria, Jesus e os Apóstolos, é Ruach, que significa sopro, vento, respiro", disse o Papa.
A imagem do vento expressa o poder do Espírito Santo
"Na Bíblia o nome é tão importante que quase se identifica com a própria pessoa. Santificar o nome de Deus é santificar e honrar o próprio Deus. Não é nunca um nome meramente convencional: sempre diz algo sobre a pessoa, a sua origem ou a sua missão. O mesmo se aplica ao nome Ruach. Ele contém a primeira revelação fundamental sobre a pessoa e a função do Espírito Santo", sublinhou Francisco.
"A imagem do vento serve antes de tudo para expressar o poder do Espírito Santo. ¡°Espírito e poder¡±, ou ¡°poder do Espírito¡± é um binômio recorrente em toda a Bíblia. Com efeito, o vento é uma força avassaladora e indomável. É capaz até de mover os oceanos", disse o Papa.
O Espírito cria e anima as instituições
"Para descobrir o sentido pleno das realidades da Bíblia, não devemos parar no Antigo Testamento, mas chegar a Jesus. Ao lado do poder, Jesus destacará outra característica do vento, a da sua liberdade."
Segundo o Papa, "existe uma tentação semelhante também no campo eclesiástico, que é a de querer encerrar o Espírito Santo em cânones, instituições ou definições. O Espírito cria e anima as instituições, mas Ele mesmo não pode ser ¡°institucionalizado¡±. O vento sopra ¡°onde quer¡±, por isso o Espírito distribui os seus dons ¡°conforme lhe apraz¡±".
Liberdade é fazer o que Deus quer
São Paulo fará de tudo isso a lei fundamental da ação cristã: ¡°[...] onde está o Espírito do Senhor, há liberdade¡± (2Cor 3,17), diz ele. "Uma pessoa livre, um cristão livre, é aquele que tem o Espírito do Senhor", ressaltou o Papa.
Esta é uma liberdade muito especial, muito diferente do que comumente se entende. Não é liberdade para fazer o que quiser, mas liberdade para fazer livremente o que Deus quer! Não liberdade para fazer o bem ou o mal, mas liberdade para fazer o bem e fazê-lo livremente, isto é, por atração, não por coerção. Em outras palavras, liberdade como filhos, não como escravos.
Liberdade que se expressa no serviço
"Esta é uma liberdade que se expressa no que parece ser o seu oposto, se expressa no serviço, e no serviço existe a verdadeira liberdade", disse ainda Francisco, ressaltando que nós "sabemos bem quando esta liberdade se torna um ¡°pretexto para a carne¡±". Paulo faz uma lista sempre atual: ¡°promiscuidade, impureza, devassidão, idolatria, bruxaria, inimizades, discórdia, ciúme, fúrias, ambições egoístas, facções, divisões, invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas¡±. "O mesmo acontece com a liberdade que permite aos ricos explorar os pobres, é uma liberdade ruim aquela que permite aos fortes explorar os fracos e a todos explorar o ambiente impunemente. Esta é uma liberdade ruim, não é a liberdade do Espírito", sublinhou.
"Peçamos a Jesus que nos torne, através do seu Espírito Santo, homens e mulheres verdadeiramente livres. Livres para servir, no amor e na alegria", concluiu o Papa.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp