O Papa aos militares em Lourdes: sirvam a paz neste momento escuro da história
Manoel Tavares – Pope
O Papa Francisco enviou uma Mensagem, através do Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin, aos participantes na 64ª Peregrinação Militar Internacional a Lourdes, na França, acompanhados por dom Paul Richard Gallagher, secretário para as Relações com os Estados e Organizações Internacionais.
O Santo Padre expressa aos numerosos participantes, provenientes de vários países, sua comunhão espiritual e dá graças a Deus por este encontro anual, que teve início nesta sexta-feira (24) e se concluirá neste domingo, diante da abençoada Gruta de Massabielle, em Lourdes.
Esta peregrinação, diz Francisco, permite aos participantes, construir laços de amizade, colocar em comum as riquezas humanas e espirituais, partilhar momentos de alegria e encontrar na oração comunitária e no intercâmbio, a força necessária para superar as provações, as angústias e a solidão, que, muitas vezes, os militares experimentam em seus vários compromissos.
O Papa exorta os participantes a fortalecerem a certeza de que o amor é mais forte do que o ódio e as divisões, e que eles são chamados a desempenhar um papel insubstituível para o bem comum e o serviço da paz no mundo.
Esta peregrinação internacional militar, afirma o Papa, conclui o tríptico proposto por Santa Bernadete, quando a Virgem Maria lhe confiou, em 2 de março de 1858, a seguinte missão: “Vá dizer aos sacerdotes para construir aqui uma capela e que venham em procissão”. Por isso, Francisco exorta os militares a irem ali em procissão: eis um apelo premente para se porem em marcha, ou seja, em marcha, sobretudo, rumo a Deus, mas também em direção aos nossos irmãos, para a construção de um mundo mais unido e fraterno.
A peregrinação, explica o Papa, é uma oportunidade para cada um renovar seus compromissos batismais, encontrar a Cristo, em particular, na escuta das suas palavras, na participação dos sacramentos da reconciliação e da Eucaristia. Este retiro espiritual em Lourdes é um momento propício para rever a vocação militar, na perspectiva da fé e do amor, que cada cristão deve cultivar para com seu irmão, até mesmo um inimigo.
Mas, acrescenta Francisco, a peregrinação também é uma experiência de fé, que nos ajuda a descobrir a beleza de caminhar juntos, ajudar-nos e encontrar-nos; ela permite conviver com seus companheiros de armas, doentes e feridos, e cuidar deles, sobretudo, neste lugar onde os enfermos estão mais presentes, e levar a Misericórdia de Deus ao mundo militar. Que tudo isso possa se transformar em gestos verdadeiros, simples e humanos, que revelem o rosto meigo do nosso Deus. Façam esta experiência, exorta o Papa, não apenas em Lourdes, mas onde quer que sejam enviados, dando testemunho do Evangelho aos outros soldados.
O Santo Padre conclui sua Mensagem convidando os militares em peregrinação a levantar-se e caminhar, com coragem e perseverança: “Sejam soldados íntegros e orgulhosos da sua farda, do seu lema e a da sua pátria, cientes de fazer parte de uma família humana única, uma família dilacerada e ferida, que Cristo veio redimir e salvar pela força do amor e não pela violência das armas”.
Sejam “sentinelas da paz”, como disse São João Paulo II. O mundo precisa de vocês, em particular, neste momento sombrio da nossa história. Precisamos de homens e mulheres de fé, capazes de colocar as armas ao serviço da paz e da fraternidade.
O Santo Padre confia à misericórdia de Deus todos os soldados que tombaram no serviço da sua pátria ou em operações internacionais para a defesa da paz.
O Papa Francisco invoca a todos os presentes em Lourdes e às suas famílias, bem como aos soldados comprometidos nas diversas frentes, em missão de preservar a paz, longe de seus países e aos feridos e sofredores, abundantes graças, concedendo a todos sua paterna Bênção Apostólica!
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