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No encontro com a associação “Somos Community Care”, o Papa centrou-se no papel do médico de família No encontro com a associação “Somos Community Care”, o Papa centrou-se no papel do médico de família

O Papa: médico de família, uma barreira contra a lógica do mercado

Na audiência aos participantes do encontro internacional promovido pela “Somos Community Care”, associação de médicos sem fins lucrativos, Francisco partilhou lembranças de “ternura e familiaridade” ligadas ao médico de família: "São coisas que carrego comigo". O Pontífice sublinhou que o médico de família fortalece as relações humanas e é capaz de "dar carinho e também assistência profissional porque conhece pessoalmente os seus pacientes e seus entes queridos".

Manoel Tavares – Pope

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O Santo Padre recebeu, na manhã deste sábado (25/05), no Vaticano, os participantes no Encontro Internacional “SOMOS Community Care”, que, nestes dias, refletiram sobre a importância de revalorizar o papel e a presença do médico de família nos campos da saúde e social. Trata-se, disse o Papa, de um instrumento fundamental que une profissionalismo e proximidade. Por isso, destacou dois aspectos desta missão, com base na sua definição: “ser médico” e “ser família”. Falando sobre este primeiro aspecto, Francisco disse:

O médico é aquele que cuida

“O médico é aquele cuida. A ciência, hoje, tornou-se muito tecnológica, a ponto de termos acesso a tratamentos que, até algumas décadas atrás, eram inimagináveis. Mas a medicina, até a mais avançada, supõe, sobretudo, um espaço de encontro humano, feito de cuidado, proximidade e escuta. Esta é a missão do médico de família.”

Com efeito, disse Francisco, “quando estamos doentes, procuramos na pessoa do médico, não apenas um profissional competente, mas uma presença amiga com quem contar, que nos inspire confiança em recobrar a saúde. Porém, quando isso não for possível, pelo menos que não nos deixe sozinhos, mas continue a olhar nos olhos e nos ajudar até o fim.

O médico de família, disse o Papa, deve ser assim: presente, próximo, capaz de oferecer carinho além da assistência profissional, porque conhece pessoalmente seus pacientes, seus entes queridos e caminha com eles todos os dias, até à custa de sacrifícios.

Missão valorosa do médico

Aqui, Francisco passou ao segundo aspecto da missão valorosa do médico: “ser uma pessoa de família”. “Tenho muitas boas lembranças do médico de família”, acrescentou.

“Trata-se da dimensão comunitária da assistência, que exige cuidado, que exige colocar [...] cada paciente no contexto das suas relações e em seus laços afetivos e sociais. A presença do médico de família, de fato, ajuda a envolver o paciente em uma rede de afeto, partilha e solidariedade que vai além da fase diagnóstico-terapêutica.”

Desta forma, continuou o Papa, fortalece suas relações humanas, faz do sofrimento um momento de comunhão, que deve ser vivido em conjunto, não só para o bem do paciente, mas para o bem de todos: da pessoa que cuida, da família e da comunidade no seu conjunto.

Cuidado e proximidade familiar

Segundo Francisco, isso faz evitar o risco de quem sofre e quem está ao seu lado de ser absorvido pela máquina da burocracia e da informatização ou, pior ainda, acabando sendo vítima de uma lógica de mercado, que pouco tem a ver com saúde, sobretudo, quando se trata de pessoas idosas e frágeis.

“O cuidado e a proximidade familiar são dois presentes de grande valor para quem sofre”, concluiu o Papa, afirmando que “as lembranças de ternura, de familiaridade do médico de família”, são coisas que ele carrega consigo, “porque naquela época as coisas eram assim, muito bonitas”.

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25 maio 2024, 09:33