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O Pont¨ªfice presidiu a missa de Pentecostes neste domingo (28), no Vaticano O Pont¨ªfice presidiu a missa de Pentecostes neste domingo (28), no Vaticano

Papa em Pentecostes: diante das divis?es do mundo, acolher e invocar o Esp¨ªrito todos os dias

Na Bas¨ªlica de S?o Pedro, Francisco presidiu a missa de Pentecostes na manh? deste domingo (28) e refletiu sobre a a??o do Esp¨ªrito Santo em tr¨ºs momentos: na cria??o do mundo, na Igreja e nos nossos cora??es.
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Andressa Collet ¨C Pope

Neste domingo (28) de Pentecostes, o Papa presidiu a missa na Basílica de São Pedro enaltecendo a ação do Espírito Santo, ¡°fonte inesgotável de harmonia¡±, em três diferentes momentos: no mundo que criou, na Igreja e nos nossos corações. O celebrante foi o cardeal brasileiro João Braz de Aviz, prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica.

O Espírito Santo se opõe ao espírito divisor

Em primeiro lugar, na criação do mundo, Francisco coloca o questionamento que muitos podem se fazer: ¡°se tudo tem a sua origem no Pai, se tudo é criado por meio do Filho, qual é o papel específico do Espírito?¡±. Partindo de São Basílio, o Papa explica em uma palavra: dar harmonia ao mundo, dando ordem à desordem e coesão à dispersão, mas não ¡°mudando a realidade, harmonizando-a¡±. Sobretudo no mundo de hoje, de tanta discórdia e divisão, anestesiados pela indiferença apesar de tanta conexão. De tantas guerras e conflitos, tudo alimentado pelo ¡°espírito da divisão, o diabo¡±, descreve o Pontífice ao desafogar: ¡°parece incrível o mal que o homem pode fazer¡­¡±.

¡°E sabendo o Senhor que, perante o mal da discórdia, os nossos esforços para construir a harmonia não são suficientes, Ele, no momento mais alto da sua Páscoa, no ponto culminante da salvação, derrama sobre o mundo criado o seu Espírito bom, o Espírito Santo, que Se opõe ao espírito divisor, porque é harmonia, Espírito de unidade que traz a paz. Invoquemo-Lo todos os dias sobre o nosso mundo, sobre a nossa vida e diante de todo ditpo de divisão!¡±

O Espírito Santo é o coração da sinodalidade

Em seguida, o Papa reflete sobre a ação do Espírito Santo na Igreja, a partir de Pentecostes, quando desce sobre cada um dos Apóstolos. Num contexto plural de ¡°graças particulares e carismas diversos¡±, em vez da confusão, o Espírito cria harmonia, ¡°sem homogeneizar nem uniformizar¡±. Como disse São Paulo, «há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo» (1 Cor 12, 4.13).

E o Sínodo em curso, destaca o Papa, ¡°é ¨C e deve ser ¨C um caminho segundo o Espírito: não um parlamento para reclamar direitos e exigências à maneira das agendas de trabalho no mundo, nem ocasião de se deixar levar ao sabor de qualquer vento. Mas o Sínodo é uma oportunidade para ser dóceis ao sopro do Espírito¡±. O ¡°coração da sinodalidade¡± é o próprio Espírito Santo, afirma Francisco, ao reforçar:

¡°Sem Ele, a Igreja fica inerte; a fé não passa duma doutrina, a moral dum dever, a pastoral dum trabalho. Com Ele, pelo contrário, a fé é vida, o amor do Senhor conquista-nos e a esperança renasce. Coloquemos de novo o Espírito Santo no centro da Igreja; caso contrário, o nosso coração não arderá de amor por Jesus, mas por nós mesmos. Ponhamos o Espírito no início e no coração dos trabalhos sinodais.¡±

Acolher e invocar o Espírito nos corações

Por fim, o Pontífice analisa a ação do Espírito nos nossos corações, que procura perdoar os pecados com harmonia. Assim, o Papa finaliza a homilia na missa de Pentecostes, convidando a invocar diariamente o Espírito Santo: ¡°comecemos o dia rezando-Lhe, tornemo-nos dóceis ao Espírito Santo!¡±, encoraja Francisco, ao semear em todos, também, esse acolhimento à força criadora do Espírito:

¡°E hoje, na sua festa, questionemo-nos: Sou dócil à harmonia do Espírito? Ou corro atrás dos meus projetos, das minhas ideias sem me deixar moldar, sem me fazer mudar por Ele? O meu modo de viver a fé é dócil ao Espírito ou é teimoso? Teimoso com as letras, teimoso com as chamadas doutrinas que são apenas expressões frias de uma vida? Sou precipitado em julgar, acuso e bato a porta na cara aos outros, considerando-me vítima de tudo e de todos? Ou acolho a harmoniosa força criadora do Espírito, acolho a «graça de estar juntos» que Ele inspira, o seu perdão que dá paz? E, por minha vez, perdoo? O perdão é dar espaço para que venha o Espírito... Promovo a reconciliação e crio comunhão ou sempre estou procurando, metendo o nariz onde existem as dificuldades, para fofocar, para dividir, para destruir? Perdoo, promovo reconciliação, crio comunhão? Se o mundo está dividido, se a Igreja se polariza, se o coração se fragmenta, não percamos tempo a criticar os outros e a zangar-nos com nós mesmos, mas invoquemos o Espírito: Ele é capaz de resolver essa coisas.¡±

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28 maio 2023, 10:39