Tawadros II em Roma, o abra?o ao Papa e a ora??o comum pelos ³¾¨¢°ù³Ù¾±°ù±ð²õ
Jean-Charles Putzolu ¨C Pope
De 9 a 14 de maio próximo, o patriarca copta ortodoxo de Alexandria, Tawadros II, visitará Roma. O pe. Hyacinthe Destivelle membro do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos ilustrou à mídia vaticana o significado desta importante viagem.
Padre Destivelle, o que se deseja celebrar com esta viagem a Roma de Tawadros II?
Estamos celebrando três eventos, sendo o primeiro o 50º aniversário do primeiro encontro entre um Bispo de Roma e um Patriarca Copta Ortodoxo. Estamos falando do encontro, em 10 de maio de 1973, em Roma, entre o Patriarca - que também tem o título de Papa - Shenouda, e o Papa Paulo VI, que assinaram um famoso acordo cristológico, que serviu de modelo para acordos semelhantes com outras Igrejas Ortodoxas Orientais, que reconhecem os três primeiros Concílios Ecumênicos. Também celebramos o décimo aniversário da primeira visita de Tawadros em 2013, ao Vaticano, poucos meses após a eleição de Francisco e do próprio Tawadros. Celebramos também o fim de 1500 anos de controvérsias cristológicas em torno do Concílio de Calcedônia.
Cada vez, um passo adiante no caminho da unidade¡
A unidade é um caminho, como muitas vezes reafirma o Papa Francisco, e certamente esta visita será um marco no nosso caminho rumo à unidade. Já houve passos importantes no passado, como o envio de observadores ao Concílio Vaticano II pelo Patriarca Cirilo, a restituição das relíquias de São Marcos em 1968, e a já mencionada visita de 1973, a criação de uma Comissão mista bilateral entre as Igrejas copta e católica. Agora as relações teológicas se realizam no contexto de uma Comissão mista entre a Igreja Católica e todas as Igrejas Ortodoxas Orientais, na qual a Igreja copta desempenha um papel particular porque o copresidente é um bispo copta desde o início.
Durante a visita de Tawadros a Roma, vários compromissos estão previstos¡
A estada do Patriarca Tawadros em Roma começará com uma peregrinação ao túmulo de São Pedro. Depois, no dia seguinte, 10 de maio, participará da audiência geral na Praça São Pedro. Será, portanto, uma forma de tornar mais conhecido este Dia da Amizade Copta-Católica (que se celebra em 10 de maio). Em 11 de maio, haverá uma audiência privada com o Santo Padre, que inclui também um momento de oração. Por fim, no dia 14 de maio, o Patriarca celebrará com os seus fiéis, que são numerosos na Itália, cerca de 100 mil, na Basílica de São João de Latrão. Certamente, neste caso, o uso da Catedral do Bispo de Roma foi concedido tendo em vista o caráter histórico da visita e o número de fiéis que certamente serão milhares. O Patriarca não celebrará no altar do Papa, terá seu próprio altar onde celebrará a liturgia em rito copta. A este respeito, deve-se ressaltar que o Diretório Ecumênico, no ponto 137, afirma que "se sacerdotes, ministros ou comunidades que não estão em plena comunhão com a Igreja Católica não têm lugar, nem os objetos litúrgicos necessários para celebrar dignamente suas cerimônias religiosas, o Bispo diocesano pode permitir-lhes o uso de uma igreja ou edifício católico e também emprestar-lhes os objetos necessários para o seu culto¡±. Isso também é explicado no ponto 33 do Vademecum Ecumênico. Além disso, a Igreja Copta Ortodoxa é uma Igreja apostólica da qual a Igreja Católica reconhece todos os sacramentos e compartilha o mesmo conceito da Eucaristia e do sacerdócio. Dada a particularidade da visita, esta autorização foi pensada também como um gesto fraterno dirigido à Igreja copta.
Haverá uma oração comum pelos mártires, também para os da Igreja Ortodoxa?
Todos nós temos em mente o martírio dos 21 coptas na Líbia, mortos em 15 de fevereiro de 2015, dos quais o Papa Francisco sempre disse: ¡°Eles também são nossos mártires¡±. A oração comum se realizará na Capela Redemptoris Mater da Residência Apostólica sobre o tema do ¡°ecumenismo do sangue¡±, porque para o Papa Francisco o sangue dos mártires é a semente da unidade. Os mártires já estão reunidos no céu, diz sempre o Papa, não são mortos porque são católicos, ortodoxos ou protestantes, mas porque são cristãos. Então eles já estão reunidos na Glória de Deus porque sofreram pelo nome de Cristo. O sangue dos mártires grita mais alto que as nossas divisões.
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