O Papa: o verdadeiro esportista procura sempre aprender, crescer e melhorar
Mariangela Jaguraba - Pope
O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta quinta-feira (09/02), na Sala do Consistório, no Vaticano, os membros da Associação Esportiva Amadora "Esporte no Vaticano".
O Pontífice aproveitou a ocasião para recordar o 50º aniversário de criação do campeonato de futebol do Vaticano, organizado pela primeira vez em 1972. "Desde aquelas primeiras experiências, e ainda antes daquele remoto 1521 em que se disputou a primeira partida de futebol florentina, no Pátio do Belvedere, na presença de Leão X, chegamos à atual Associação, que inclui outras disciplinas esportivas", frisou o Papa.
Testemunhar o seu vínculo com a Santa Sé
"Durante os vários campeonatos, como quando vocês viajam para eventos de solidariedade, vocês são chamados a testemunhar o seu vínculo com a Santa Sé", disse ainda o Pontífice, recordando as palavras de São Paulo na Primeira Carta aos Coríntios: "Vocês não sabem que no estádio todos os atletas correm, mas só um ganha o prêmio? Portanto, corram, para conseguir o prêmio. Os atletas se abstêm de tudo; eles, para ganhar uma coroa perecível; e nós, para ganharmos uma coroa imperecível".
Na Carta aos Filipenses, São Paulo acrescenta: "Não que eu já tenha conquistado o prêmio ou que já tenha chegado à perfeição; apenas continuo correndo para conquistá-lo, porque eu também fui conquistado por Jesus Cristo".
Segundo o Papa, essas duas passagens bíblicas nos permitem ver "a competição saudável como uma atividade que pode contribuir para o amadurecimento do espírito". Elas traçam três regras fundamentais para o atleta: treinamento, disciplina e motivação.
Na primeira regra, o treinamento, Francisco recordou três palavras: "esforço, suor e sacrifício".
Na base disso está a paixão pelo esporte. Uma paixão gratuita, "amadora", que realmente expressa o amor por determinada atividade. Se houver essa atitude, a competição é saudável, caso contrário, prevalecem interesses de vários tipos, a competição é prejudicada, às vezes até corrompida. O amadorismo é fundamental no esporte, é fundamental.
Esporte é uma metáfora da vida
Depois, a segunda regra: a disciplina, que é um aspecto da educação, da formação.
Um atleta disciplinado não é apenas aquele que segue as regras. Claro, isso é importante, deve haver. Mas a disciplina recorda “discípulo”, ou seja, aquele que quer aprender, que não se sente “chegado” e capaz de ensinar a todos. O verdadeiro esportista procura sempre aprender, crescer e melhorar. E isso requer disciplina, ou seja, a capacidade de se dominar, de corrigir a impulsividade que todos nós temos, mais ou menos. A disciplina permite que cada um faça a sua parte, e que a equipe expresse o melhor do conjunto.
Por fim, a motivação. São Paulo escreve: "Combati o bom combate, terminei a minha corrida, conservei a fé". "É o selo perfeito de adesão ao chamado, mesmo para um esportista. Numa corrida, o que dá o empurrão, que leva a um bom resultado, é a motivação, ou seja, uma força interior. A avaliação não é feita no resultado numérico, mas no quanto fomos fiéis e coerentes no nosso chamado, há uma coerência ali", frisou o Papa.
E, por falar em motivação, gostaria de acrescentar uma coisa para vocês que são esportistas do Vaticano: a sua maneira de formar grupo e colaborar pode ser um exemplo para o trabalho nos Dicastérios e entre os Dicastérios da Cúria, assim como nas direções do Estado Vaticano. Mais uma vez o esporte é uma metáfora da vida.
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