O Papa com as ç ucranianas assistidas pela Caritas
Jackson Erpen – Cidade do Vaticano
Este 24 de agosto marca os seis meses de guerra na Ucrânia. E na Audiência Geral, o Papa voltou a fazer um contundente apelo pelo fim desta “loucura”, cujo preço é pago pelos inocentes.
Mas as guerras não existem só na Ucrânia:
Pensemos noutros países que estão em guerra desde há muito tempo: na Síria, há mais de 10 anos, pensemos na guerra no Iêmen, onde muitas crianças sofrem de fome, pensemos nos Rohingyas que vagueiam pelo mundo.
Em particular, Francisco referiu-se nesta quarta-feira aos inocentes mortos, às crianças, “tantas mortas e tantas refugiadas - aqui na Itália há muitas - tantas feridas, tantas crianças ucranianas e russas que se tornaram órfãs e a orfandade não tem nacionalidade, perderam o pai ou a mãe, tanto russos como ucranianos.”
De fato, são quase mil as crianças mortas e feridas nos seis meses de conflito. Além de causar um número crescente de refugiados, a guerra na Ucrânia infelizmente continua a ter um impacto devastador nas famílias e, em particular, nas crianças que permanecem no país: traumas pela perda dos pais, separações dos amigos e famílias, saída forçada de sua moradia, interrupção dos estudos, barulho das bombas.
O alegre encontro das crianças com o Papa
Dor e sofrimento de um lado, solidariedade do outro, que vem das Caritas atuantes nos diversos países, ONGs de ajuda humanitária, famílias, voluntários, pessoas de boa vontade.
Na Audiência Geral de hoje, um exemplo disso. Um grupo de crianças e adolescentes ucranianos – representando todos os acolhidos na Itália – encontrou o Papa, num momento de descontração e alegria, com direito a sorrisos e troca de olhares admirados e curiosos, autógrafos em bonés, desenhos de presente, a bênção e, claro, as fotos, muitas fotos.
Estes menores - guiados pelo diretor da Caritas Itália Pe. Marco Pagniello - participam de um projeto temporário de acolhimento de verão, organizado pela Caritas, graças ao qual cerca de 200 menores ucranianos estão agora na Itália, acolhidos por estruturas diocesanas na Lombardia e na Toscana.
“A Caritas italiana - explica o sacerdote - propôs esta iniciativa à Caritas ucraniana - que se tornou possível graças às generosas doações recebidas - e identificou estruturas disponíveis para acolher dois grupos de menores, juntamente com seus acompanhantes. Várias associações, incluindo a ACLI em particular, estão ajudando na animação e famílias e realidades locais colocaram-se à disposição para os fazer passar um período de serenidade. Muitos perderam seus pais e familiares durante os recentes combates, alguns ficaram órfãos, outros não têm notícias de seus pais no front. A esperança é que este breve parêntese, graças à solidariedade vivida e às palavras do Santo Padre, possa alimentar esperanças de paz”.
Esta é apenas uma das muitas iniciativas bem-vindas ativadas nestes seis meses de conflito, graças ao envolvimento das comunidades locais. Até 31 de julho, foram 148 as dioceses que receberam pessoas fugidas da Ucrânia. Um total de 13.721 pessoas são acolhidas pela rede eclesial, das quais 7.745 no circuito da Caritas. Há um total de 6.211 menores, dos quais 231 desacompanhados.
Caritas Ucrânia e Caritas Spes, com o apoio da Caritas italiana e de toda a rede Caritas, ajudaram até agora mais de 3,5 milhões de pessoas fornecendo abrigo e abrigo, proteção, alimentos e necessidades básicas, água e saneamento, assistência médica. A rede Caritas também atua nos países vizinhos.
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