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Missa em Edmonton ter¨¢ hino na l¨ªngua cree

Para os ind¨ªgenas, cantar em cree diante do Santo Padre ser¨¢ um momento hist¨®rico no caminho da reconcilia??o. ? uma das muitas l¨ªnguas ind¨ªgenas que as crian?as foram proibidas de falar em escolas residenciais.

Marília Siqueira - Cidade do Vaticano

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A visita do Santo Padre ao Canadá chega ao seu segundo dia. A peregrinação penitencial de Francisco terá um grande momento nesta terça-feira, 26 de julho, no estádio da cidade de Edmonton. Se por muito tempo as crianças indígenas foram proibidas de falar a própria língua, na Missa celebrada pelo Pontífice haverá uma canção em cree. 

Olhando juntos para os temas da misericórdia, cura e reconciliação, os membros do coral escolheram cuidadosamente as músicas para apoiar a jornada do Papa Francisco com o tema ¡°Caminhar Juntos¡±. Estas músicas são para a Missa papal que será celebrada no Estádio Commonwealth, em Edmonton.

O coro desempenhará um papel fundamental não apenas na Celebração Eucarística, mas no trabalho contínuo de reconciliação entre a Igreja e os povos indígenas no Canadá.

Letras escritas especificamente para a Missa

 

Karen Koester é a coordenadora do coral que recrutou membros das paróquias de Edmonton. Já Johanna Dietrich é a regente e maestrina do coral. Ela organizou cuidadosamente a música do coral em torno do tema da visita papal, ¡°Caminhar Juntos¡±, no caminho da cura e da reconciliação. Algumas letras são escritas especificamente para a Missa e o coro cantará um hino na língua cree.

Embora nenhum dos membros do coral seja fluente em cree, eles estão praticando assiduamente para quando forem cantar diante do Santo Padre e de muitos anciãos indígenas e sobreviventes que estarão presentes. Quando perguntado sobre o coral, um dos tenores, Kevin Napora, respondeu que é muito maior do que qualquer coisa que ele tenha feito nos últimos dez anos cantando. "É espantoso! Não aprendemos tanta música de uma só vez. É uma curva de aprendizado gigante para mim.¡± disse Napora.

Uma visita significativa

 

Napora é um membro da Dene First Nation, nascido em Inuvik, e mudou-se para Edmonton pouco depois de terminar a quarta série no norte. A visita papal é especialmente significativa para ele, pois sua mãe era uma sobrevivente da escola residencial.

¡°Eu não sei sobre outras famílias, mas minha família ficou meio quebrada por isso. Ninguém da minha família foi à Igreja. Uma vez que eles se formavam, eles nunca voltaram ao catolicismo¡±, contou Napora.

No entanto, em sua juventude, Napora sentiu-se atraído pela Igreja e muitas vezes participava da Missa sozinho. A música sacra desempenhou um papel decisivo em sua fé. ¡°Quando criança, eu adorava o canto gregoriano. Eu só ouvia em discos e coisas que eu tinha¡±, disse.

Após um período afastado da Igreja, Napora começou a frequentar a Missa tradicional em latim e convidou sua mãe para acompanhá-lo. ¡°Achei que ela poderia estar um pouco traumatizada, porque foi o que ela aprendeu quando criança¡±, disse ele. ¡°Ela acabou gostando muito.¡± Com o tempo, sua mãe até começou a cantar no coral da paróquia. Juntos, eles participaram da visita do Papa São João Paulo II a Edmonton em 1984. ¡°Ela realmente voltou a abraçar a Igreja novamente. Eu sei que se minha mãe estivesse aqui ela teria adorado essa visita.¡±

Um desafio para o coral

 

Cantar em cree será um desafio para o coral, mas incrivelmente significativo para a cura dos sobreviventes. Durante o ensaio do coral na Igreja St. Thomas Moore em 14 de julho, Cree Elder e a sobrevivente da escola Betty Letendre ensinaram ao coro a pronúncia das letras na língua cree. Letendre frequentou uma escola diurna no nordeste de Alberta, antes de se mudar para Edmonton há quase sessenta anos.

¡°Nós sofremos muito. Tínhamos que comer sabão e apanhar quando falávamos nossa língua. Seríamos espancados e prejudicados. Então, quando esse hino é cantado em cree, mostra o quanto nossas línguas são poderosas e resilientes, quando cantarmos para o mundo inteiro ouvir,¡± disse Letendre.

Cantar em cree diante do Santo Padre será um momento histórico no caminho da reconciliação. É uma das muitas línguas indígenas que as crianças foram proibidas de falar em escolas residenciais.

O coro está trabalhando incansavelmente para a ¡°peregrinação penitencial¡± do Santo Padre. Embora cantar em cree exija horas de prática, torna-se crucial para o caminho da reconciliação. A cultura que antes era proibida agora ocupará um lugar de honra diante do Papa Francisco e das 65.000 pessoas reunidas no Estádio Commonwealth para a Santa Missa.

¡°Quando ouço nossa língua sendo cantada em uma Missa de grande porte para o Santo Padre, para mim, acho que podemos dizer que é o perdão acontecendo em si, deixemos as pessoas saberem que elas têm voz¡±, disse Letendre ao concluir.

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26 julho 2022, 07:48