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Pessoas ao lado da residência do primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe, depois que manifestantes a queimaram durante um protesto, em meio à crise econômica do país, em Colombo, Sri Lanka 10 de julho de 2022. REUTERS/Dinuka Liyanawatte Pessoas ao lado da residência do primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe, depois que manifestantes a queimaram durante um protesto, em meio à crise econômica do país, em Colombo, Sri Lanka 10 de julho de 2022. REUTERS/Dinuka Liyanawatte 

Sri Lanka: apelo do Papa para que clamor dos pobres não seja ignorado

Após a oração mariana do Angelus, Francisco uniu-se à dor do povo do país asiático que vive uma situação de forte instabilidade política e econômica. O convite do Papa a levar em conta as necessidades da população.

Antonella Palermo - Cidade do Vaticano

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Depois da oração do Angelus, o Papa se uni à dor do povo do Sri Lanka, “que continua sofrendo os efeitos da instabilidade política e econômica”.

O apelo para não ignorar o clamor dos pobres

 

Juntamente com os bispos do país, renovo o meu apelo à paz e imploro às autoridades para não ignorarem o clamor dos pobres e as necessidades da população.

Palavras do Papa Francisco referindo-se a uma área geográfica onde a crise econômica no país parece ter derrubado o presidente Gotabaya Rajapaksa. Rajapaksa planeja deixar o cargo em 13 de julho, disse o presidente do Parlamento do país no sábado, cedendo à forte pressão após um violento dia de protestos em que manifestantes invadiram a residência oficial do presidente e incendiaram a residência do ex-ministro em Colombo.

 

Manifestantes antigovernamentais enfurecidos com os apagões na rede elétrica, a escassez de produtos de primeira necessidade e o aumento dos preços, há muito pedem que Rajapaksa renuncie, mas o militar aposentado resistiu às exigências por meses, pedindo poderes de emergência em um esforço para manter o controle.

Um país vítima da violência e do caos político

 

A violência e o caos político que assolam a nação insular de 22 milhões de habitantes ocorre em meio às negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre um resgate e propostas de reestruturação da dívida soberana, que poderiam estar em risco.

A situação foi agravada pelos profundos cortes de impostos lançados pelo governo Rajapaksa logo após sua posse em 2019. Meses depois, foi a vez do golpe causado pela pandemia de Covid-19. Isso eliminou grande parte das receitas do Sri Lanka, particularmente as da lucrativa indústria do turismo, enquanto as remessas de cidadãos que trabalham no exterior caíram e foram ainda mais reduzidas por uma taxa de câmbio inflexível.

Uma economia de joelhos

 

As agências de classificação, preocupadas com as finanças do governo e sua incapacidade de pagar sua grande dívida externa, reduziram a classificação de crédito do Sri Lanka a partir de 2020, excluindo o país dos mercados financeiros internacionais.

Para manter a economia, o governo se apoiou fortemente nas reservas cambiais, erodindo-as em mais de 70% em dois anos. A crise paralisou o Sri Lanka, outrora considerado um modelo de economia em desenvolvimento.

A escassez de combustível resultou em longas filas nos postos de gasolina e apagões frequentes, enquanto os hospitais ficaram sem remédios. A inflação atingiu 54,6% no mês passado e pode subir para 70%, disse o Banco Central.

A Índia fez bilhões de dólares em empréstimos para ajudar a pagar suprimentos vitais. No total, Nova Délhi diz que forneceu mais de US$ 3,5 bilhões em ajuda este ano.

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10 julho 2022, 12:31