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O Papa com os novos embaixadores do Paquist?o, Emirados ?rabes Unidos, Burundi e Catar O Papa com os novos embaixadores do Paquist?o, Emirados ?rabes Unidos, Burundi e Catar

O Papa aos embaixadores: a guerra ¨¦ contr¨¢ria ao importante servi?o que voc¨ºs desempenham

"Somos uma fam¨ªlia humana e o grau de indigna??o expresso, o apoio humanit¨¢rio oferecido e o senso de fraternidade sentido por aqueles que sofrem n?o deve ser baseado na geografia ou no interesse pessoal", disse Francisco em seu discurso.

Mariangela Jaguraba - Pope

O Santo Padre recebeu na Sala Clementina, no Vaticano, na manhã desta quinta-feira (19/05), os novos embaixadores não residentes da Santa Sé para a apresentação de suas credenciais. Os embaixadores recebidos são do Paquistão, Emirados Árabes Unidos, Burundi e Catar.

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Em seu discurso aos novos embaixadores, o Papa disse que certamente eles "estão começando sua nova missão num momento particularmente desafiador".

A última vez que eu encontrei seus colegas em janeiro, a família humana estava começando a dar um suspiro de alívio, porque estávamos lentamente, mas sem dúvida nos libertando das garras da pandemia. Parecia que finalmente poderíamos voltar a uma certa normalidade, tendo em mente as lições aprendidas nos últimos dois anos. Então, a nuvem escura da guerra desceu sobre o Leste da Europa, envolvendo direta ou indiretamente o mundo inteiro.

O melhor da humanidade pode emergir

"Depois de viver os efeitos devastadores de duas guerras mundiais e as ameaças nucleares durante a Guerra Fria, junto com um crescente respeito pelo papel do direito internacional e a criação de organizações políticas e econômicas multinacionais focadas na coesão da comunidade global, a maioria das pessoas acreditava que a guerra na Europa fosse uma lembrança distante", disse ainda Francisco.

Como vimos no auge da pandemia, mesmo numa tragédia desta magnitude o melhor da humanidade pode emergir. Talvez mais do que nunca, as formas modernas de comunicação abalaram nossas consciências apresentando em tempo real imagens fortes e, às vezes, horríveis de sofrimento e morte. Essas mesmas imagens também inspiraram um senso de solidariedade e fraternidade, que levou muitos países e indivíduos a prestar assistência humanitária. Penso, em particular, nos países que estão acolhendo os refugiados do conflito, independentemente dos custos. Vimos famílias abrirem suas casas para outros familiares, amigos e até mesmo para desconhecidos.

A seguir, Francisco recordou que "existem vários outros conflitos em andamento no mundo que recebem pouca ou nenhuma atenção, especialmente dos meios de comunicação". "Somos uma família humana e o grau de indignação expresso, o apoio humanitário oferecido e o senso de fraternidade sentido por aqueles que sofrem não deve ser baseado na geografia ou no interesse pessoal", disse ainda o Papa, citando um trecho de sua Encíclica Fratelli tutti: "Se toda pessoa possui uma dignidade inalienável, se todo o ser humano é meu irmão ou minha irmã e se, na realidade, o mundo pertence a todos, não importa se alguém nasceu aqui ou vive fora dos confins do seu próprio país".

A guerra é sempre uma derrota para a humanidade 

Segundo o Pontífice, "isso vale não só para a guerra e os conflitos violentos, mas também para outras situações de injustiça que afligem a família humana: mudanças climáticas, pobreza, fome, falta de água potável, acesso a um trabalho respeitável e educação adequada, apenas para citar algumas".

"A Santa Sé continua trabalhando através de vários canais para promover soluções pacíficas em situações de conflito e para aliviar o sofrimento causado por outros problemas sociais. Faz isso com a convicção de que os problemas que afetam toda a família humana requerem uma resposta unificada por parte da Comunidade internacional, na qual cada membro faz sua parte", sublinhou o Papa.

Queridos embaixadores, vocês têm um papel privilegiado a desempenhar a este respeito. Vocês sabem muito bem que a guerra é sempre uma derrota para a humanidade e é contrária ao importante serviço que vocês desempenham, buscando construir uma cultura do encontro através do diálogo e incentivando a compreensão mútua entre os povos, bem como defendendo os nobres princípios do direito internacional. Não é de forma alguma um serviço fácil, mas talvez as situações de desigualdade e injustiça que estamos testemunhando no mundo de hoje nos ajudem a apreciar ainda mais seu trabalho. Apesar dos desafios e retrocessos, nunca devemos perder a esperança nos esforços para construir um mundo no qual a fraternidade e a compreensão mútua prevaleçam e as divergências sejam resolvidas por meios pacíficos.

Por fim, Francisco disse aos novos embaixadores que os escritórios da Santa Sé estão à sua disposição para abordar questões de interesse comum.

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19 maio 2022, 11:19