Francisco: a medida do progresso deve ser a pessoa e não o lucro
Pope
“Não declarações de intenção, mas compromissos concretos para que a economia e as finanças estejam a serviço das pessoas e da mãe terra: que a medida do progresso sejam as pessoas saindo da pobreza e trabalhando com dignidade, e não a lógica do lucro, da expansão e da rentabilidade a curto ou imediato prazoâ€. Foi com esta esperança que o Papa dirigiu uma mensagem aos participantes do evento realizado na quarta-feira (12) no Palácio Lateranense, intitulado "Preparando o futuro: construir uma economia regenerativa, inclusiva e sustentável".
Perdemos muitas oportunidades para mudar nossa abordagem
O evento foi promovido pela Comissão do Vaticano para a Covid-19 do Dicastério para o Serviço de Desenvolvimento Humano Integral e pela Rede Deloitte. O trabalho nasceu do pedido - que o Papa reitera em sua mensagem - de preparar o futuro, utilizando a melhor ciência disponível, com o realismo do Evangelho e em solidariedade com os marginalizados. â€œÉ do nosso compromisso", escreveu Francisco, "que vai depender o que acontecerá". A pandemia, constatou o Papa novamente, não pode nos deixar como antes, e em dois anos "devemos admitir que perdemos muitas oportunidades para mudar nossa abordagem".
Francisco fala de novas "injustiças e desigualdades" e de "desafios" que continuam a persistir, como os cuidados com a Casa Comum, a distribuição de vacinas, o aumento da fome, da pobreza e do comércio de armas. Precisamos promover uma "mudança de paradigma" e "encontrar soluções criativas": o mundo da economia e das finanças tem uma responsabilidade importante. Daí o incentivo aos participantes, em termos de compromisso coletivo na luta contra a pobreza e em prol do emprego: compromissos concretos a serviço das pessoas e da criação. "É tão difícil - pergunta-se o Papa - assegurar as condições para que todos possam contribuir para transformar o mundo com seu trabalho?". "Vocês podem fazer a diferença: como eu gostaria que todos aceitassem a responsabilidade de preparar um futuro diferente!".
Este foi o ponto de partida para o trabalho entre especialistas e economistas na modalidade zoom e presencial, para analisar o desafio global da pandemia, que tem destacado a inadequação dos sistemas econômicos e sociais atuais e das sociedades transformadas, e para apresentar novos modelos de economia que valorizam a natureza, as pessoas e a sociedade como um todo.
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