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Papa com íٲ em Atenas Papa com íٲ em Atenas 

Papa aos íٲ na Ұé: “Devemos nos habituar à humilhação”

Na revista dos íٲ "La Civiltà Cattolica", a conversa de Francisco com seus confrades íٲ de Atenas, durante a Viagem Apostólica realizada no início de dezembro.

Pe. Bruno Franguelli - Cidade do Vaticano

Como de costume, durante suas viagens apostólicas, o Papa se encontra com seus companheiros jesuítas. Estes encontros são momentos de profundo diálogo e partilha que expressam o carinho e o sentimento de pertença do Papa à Companhia de Jesus. Na sua viagem à Grécia, na tarde do dia 4 de dezembro, o Pontífice recebeu na Nunciatura Apostólica um grupo de sete jesuítas que residem e trabalham em Atenas. O encontro, que durou uma hora, teve seu conteúdo relatado em um texto publicado pelo Pe. Antonio Spadaro, sj. no mais recente número da revista “La Civiltà Cattólica”.

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Na admissão de seminaristas às ordens sacras: “ver debaixo d’água

 

Após a apresentação de todos os jesuítas presentes na Nunciatura, Francisco pediu que livremente lhe fizessem perguntas. A um jesuíta irmão que logo se apresentou, Francisco afirmou: “Faço uma confissão: quando eu era provincial eu tinha de pedir informações para admitir os jesuítas em formação à ordenação presbiteral e verificava que as melhores informações eram aquelas oferecidas pelos irmãos”. E logo o Papa sublinha a grande capacidade dos irmãos em observar os jovens em formação dizendo: “Recordo-me uma vez: tinha um estudante de teologia que estava concluindo os estudos, que era muito bom, inteligente, simpático. Os irmãos, porém me disseram: ‘Esteja atento, é bom enviá-lo para trabalhar um pouco, antes da ordenação’. “Eles” - conclui o Papa – “podiam ver debaixo da água”.

“É necessário ser pais, não proprietários”

 

Ao apresentar-se um jesuíta coreano fundador do instituto “Centro Arrupe” que oferece assistência para crianças refugiadas, e que agora é um simples colaborador, o Papa comentou: “Você fundou uma obra, o ‘Centro Arrupe’. Você é um ‘pai’ fundador. Expressou sua criatividade [...]. Disse-me que não é mais o responsável. Isso é algo muito bom. Quando alguém inicia um processo, deve deixar que se desenvolva, que uma obra cresça, e depois retirar-se.”

“Devemos nos habituar à humilhação”

 

Depois de ouvir um jesuíta de 84 anos que se lamentava da diminuição do número de jesuítas, o Papa considerou que lhe chama atenção a diminuição de membros não só na Companhia mas em tantas outras ordens e congregações religiosas. E afirmou ainda que é o Senhor que chama e não depende simplesmente de nós e das nossas “constatações sociológicas”. E considerou ainda: “Creio que o Senhor está dando um ensinamento para a vida religiosa.” Depois de fazer referência à espiritualidade dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola, o Papa afirmou que a diminuição do número é sim humilhante, mas ao mesmo tempo esta humilhação pode ser fecunda quando se abraça o terceiro grau de humildade: “devemos nos habituar à humilhação”.

E no que consiste este terceiro grau de humildade presente nos Exercícios Espirituais de Santo Inácio?

“O terceiro grau de humildade é perfeitíssimo. Encerra os dois primeiros e, além disso, supondo que o louvor e glória da Majestade divina sejam iguais, quer que, para eu imitar mais perfeitamente a Jesus Cristo Nosso Senhor, e me tornar, de fato, mais semelhante a Ele, prefira abraçar a pobreza com Jesus Cristo pobre, antes que as riquezas; os opróbrios com Jesus Cristo deles saturado, antes que as honras; o desejo de ser tido por homem inútil e insensato, por amor de Jesus Cristo, que primeiro foi tido como tal; antes que passar por homem sábio e prudente aos olhos do mundo”.

A velhice como canto de esperança

 

Ao falar sobre como deve ser a velhice de um jesuíta, mas que serve também para todo cristão, o Papa afirmou: “o fim do jesuíta é chegar à velhice repleto de trabalho, talvez cansado, cheio de contradições, mas com o sorriso, com a alegria de ter doado a vida. [...]. Quando se vê uma velhice sorridente, cansada, mas não amarga, então vocês são um canto de esperança” E conclui: “Tanto na vida como na morte o jesuíta deve dar testemunho do seguimento de Jesus. [...] Uma vida com pecados, sim, mas plena da alegria do serviço a Deus.”

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16 dezembro 2021, 14:12