Papa Francisco aos pobres em Assis: "Esperan?a e resist¨ºncia partilhadas"
Jane Nogara - Pope
Por ocasião do Encontro de oração e testemunho da quinta edição do Dia Mundial dos Pobres o Papa Francisco foi a Assis nesta sexta-feira, 12 de novembro. Depois de ouvir os testemunhos de alguns presentes e do momento especial de oração o Papa dirigiu algumas palavras aos presentes.
Francisco iniciou agradecendo a presença de todos em Assis e recordando que a cidade de Assis ¡°tem impresso o rosto de São Francisco¡± que recebeu o chamado para viver o Evangelho à letra. E disse que embora a sua santidade de alguma forma nos assusta porque parece impossível imitá-la, devemos recordar certos momentos da sua vida que valem mais do que os sermões. E falou dos pequenos sacrifícios os ¡°fioretti¡± que o Santo fazia, que foram reunidos para mostrar a beleza da sua vocação: ¡°somos atraídos por esta simplicidade de coração e de vida: é a própria atração de Cristo, do Evangelho¡±. O Papa recordou uma dessas passagens quando Francisco vivendo na pobreza extrema conseguia alguma coisa para comer embora fosse pouca ele sempre a considerava como ¡°um tesouro do qual não se sentia digno¡±, e dizia:
Homens e mulheres pedras vivas da Igreja
Ao recordar que o encontro se realizava na Porciúncula, uma das pequenas igrejas que São Francisco pensou em restaurar, o Papa disse: ¡°Ele nunca teria pensado que o Senhor lhe pedisse para dar a sua vida para renovar não a igreja feita de pedras, mas a de pessoas, de homens e mulheres que são as pedras vivas da Igreja. E se estamos aqui hoje é precisamente para aprender com o que São Francisco fez¡±.
Marginalização espiritual
São Francisco ¡°passava muito tempo nesta pequena igreja a °ù±ð³ú²¹°ù¡±, continuou o Papa, ¡°recolhia-se aqui em silêncio e escutava o Senhor, o que Deus queria dele. Também nós viemos aqui para isto: queremos pedir ao Senhor que ouça o nosso grito e venha em nosso auxílio. Não esqueçamos que a primeira marginalização de que os pobres sofrem é espiritual¡±. O Papa recordou e agradeceu a todos os que ajudam os pobres, e disse que fica muito feliz quando ¡°as pessoas param para falar e às vezes rezar com eles¡±.
Em seguida falou da acolhida.
A fraqueza pode se tornar uma força que melhora o mundo
Neste ponto do discurso o Papa falou sobre o encontro.
O Pontífice em seguida abordou a questão dos que afirmam que os responsáveis pela pobreza são os pobres.... além da ¡°hipocrisia dos que querem se enriquecer para além das medidas, se coloca a culpa sobre os ombros dos mais fracos¡±. E para contrastar o Papa afirmou com veemência:
¡°É tempo que seja restituída a palavra aos pobres, porque durante demasiado tempo os seus pedidos não foram ouvidos. É tempo que se abram os olhos para ver o estado de desigualdade em que vivem tantas famílias. É tempo de arregaçar as mangas para restituir dignidade através da criação de empregos. É tempo que se volte a se escandalizar diante da realidade de crianças famintas, escravizadas, tiradas das águas quando naufragam, vítimas inocentes de todo o tipo de violência. É tempo que cessem as violências contra as mulheres e as mulheres sejam respeitadas e não tratadas como mercadoria. É tempo que se rompa o círculo da indiferença para retornar a descobrir a beleza do encontro e do diálogo¡±.
Coragem e sinceridade
Em seguida o Papa comentou os testemunhos das pessoas pobres agradecendo sua coragem e sinceridade. ¡°Coragem, porque quiseram partilhar com todos nós, mesmo que façam parte da sua vida pessoal; sinceridade, porque se mostraram como são e abriram o seu coração com o desejo de serem compreendidos¡±.
Esperança e resistência
Por fim o Papa falou sobre resistir além da esperança: ¡°Esta é a segunda impressão que eu percebi e que deriva da esperança. O que significa resistir? Ter a força para continuar apesar de tudo. A resistir não é uma ação passiva, pelo contrário, requer coragem para empreender um novo caminho sabendo que dará frutos¡±.
Concluindo disse: ¡°Peçamos ao Senhor que nos ajude sempre a encontrar a serenidade e a alegria. Aqui na Porciúncula, São Francisco ensina-nos a alegria que vem de olhar para quem está próximo como a um companheiro de viagem que nos compreende e nos apoia, tal como nós somos para ele ou ela¡±.
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