Marx: o Papa me comoveu, aceito sua decisão
Alessandro De Carolis – Pope
"Em espírito de obediência, aceito sua decisão." A frase se destaca entre as linhas que selam uma estreita troca de cartas, uma conversa à distância que suscita surpresa e emoção no cardeal Marx. À sua carta de 21 de maio, com o pedido de renúncia de seu encargo de pastor de Munique e Freising, Francisco respondeu na quinta-feira (10/06) convidando-o a permanecer e, igualmente rápido, o cardeal manifestou seu assentimento ao desejo do Papa.
"Eu não contava - escreve o cardeal Marx no texto publicado no site da arquidiocese - com uma reação tão rápida, nem esperava a decisão de que eu deveria continuar no meu serviço." E acrescenta que ficou impressionado "pelo tom fraterno" das palavras do Papa, pela percepção de ter sido compreendido nas razões do pedido de renúncia - um pedido que teve como pano de fundo o drama que a Igreja alemã está vivenciando em termos de abusos.
Reiterando sua aceitação da decisão do Papa, o arcebispo alemão refere-se ao que foi dito pelo Santo Padre e ressalta a necessidade de "buscar novos caminhos a seguir, também em consideração de uma história de múltiplos fracassos, para anunciar e dar testemunho do Evangelho".
Para o cardeal Marx, abre-se agora um tempo de reflexão sobre como "contribuir ainda mais para a renovação da Igreja", partindo das indicações "importantes" que Francisco oferece em sua carta. No entanto, permanece "válido - reitera o cardeal - o que sublinhei em minha declaração, isto é, que eu mesmo devo assumir a responsabilidade pessoal e também "institucional", em particular "em relação às vítimas". A decisão do Papa, reconhece o cardeal Marx, "representa para mim um grande desafio" e, portanto, conclui, voltar "’simplesmente’ à agenda do ‘dia anterior’ não pode ser o caminho, nem para mim nem para a arquidiocese".
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