O emocionado agradecimento de sacerdote birmanês ao Papa Francisco
Pope
Na Celebração Eucarística com a comunidade de Mianmar residente na Itália presidida pelo Papa Francisco neste domingo, 16, na Basílica de São Pedro, chamou a atenção não somente a proclamação de duas leituras em língua birmanesa e os cantos nas línguas zomi e birmanês, mas também as emocionadas palavras de agradecimento dirigidas ao Santo Padre ao final da celebração por um sacerdote birmanês concelebrante. Confira!
"Santo Padre,
Em nome do povo de Mianmar, estou aqui para mostrar o nosso reconhecimento. Hoje, cada coração de Mianmar transborda de gratidão. As palavras têm dificuldade para transmitir a sensação de cura que esse evento levou a muitos corações em Mianmar.
Esta Missa é o ponto culminante da incessante e preocupada atenção que Vossa Santidade tem dispensado a nossa gente nos últimos três meses. Mianmar tornou-se “o próximo” do Santo Padre. Na intensa parábola do Bom Samaritano, Jesus responde à pergunta do fariseu: "Quem é o meu próximo?"
A mesma parábola integra-se, em maneira tocante, na Encíclica Fratelli tutti, na viva exortação do Santo Padre a procurar quem está ferido e abandonado ao longo do caminho, para ajudar a curar. Em nossas lágrimas, em amargo desespero, nos momentos em que a comunidade mundial nos abandonou, fomos confortados, curados pelas palavras do Santo Padre. Nossas feridas fizeram de nós “o próximo” do Santo Padre e do mundo. O Santo Padre é o nosso Bom Pastor, aquele que vai em busca dos últimos, dos perdidos. E ele também é o nosso Bom Samaritano, aquele que cura as nossas feridas.
Nos últimos três meses, o Santo Padre rezou mais de seis vezes pela paz em Mianmar. A terrível tragédia que vimos acontecer nas ruas foi respondida com o amor redentor cristão. As palavras do Santo Padre: “Eu também me ajoelho nas ruas de Mianmar, estendo os braços e digo cesse a violência”, dando voz ao gesto icônico de Irmã Anne de joelhos diante das forças de segurança que implorava pela vida dos jovens, ressoaram em todas as famílias em Mianmar.
Esta Missa é uma grande ocasião de cura não só para nós aqui reunidos, mas para os milhares de católicos em Mianmar e para a diáspora de Mianmar em todo o mundo. Todos participaram on-line deste grande evento. E todos estão imensamente gratos por este alimento espiritual.
O Santo Padre sempre teve um grande carinho por este "pequeno rebanho" à margem. O mundo ficou muito tocado quando o Santo Padre escolheu Mianmar como destino de uma de suas Viagens Apostólicas em 2017. Em sua viagem, com o lema "Amor e Paz", o Santo Padre encontrou-se com todas as partes interessadas, pregando uma forte mensagem de paz. Ela confiou à Igreja a tarefa de ser a escrava da paz. A recordação daquela grande visita ainda está viva no coração de nossa gente.
Mianmar está agora nas mãos de Deus. Nossas lágrimas, nosso amargo desespero, nossa paz destruída, clamam por intervenção divina. Acreditamos firmemente que este acontecimento extraordinário em Roma com nosso pastor é o ponto de partida para a intervenção de Deus em nossa história. O Santo Padre continuará a partilhar conosco o nosso caminho rumo à dignidade e à paz, e esta é a nossa consolação. Nossa gente merece o melhor. Nossa gente quer a paz. Para muitos em Mianmar, essa Missa é um grande milagre. O Papa, o chefe da Igreja Católica, que reza junto com o povo de um pequeno país, é uma coisa maravilhosa para eles.
Isso foi possível graças à generosa ajuda de pessoas ligadas a várias Congregações e da Cúria Vaticana. Seria bonito nomeá-los um por um, mas sei que eles preferem ficar no anonimato. A todos vocês, em nome do povo de Mianmar, chegue nosso mais profundo agradecimento. Jamais esqueceremos este gesto de amizade que nos chega em um momento de tão grandes desafios.
Continuem rezando por nós. A paz é possível, a paz é o único caminho.
Os católicos de Mianmar!"
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