Deixou uma marca indelével na Igreja e na sociedade, diz Papa sobre cardeal Tumi
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“Deixou uma marca indelével na Igreja, bem como na vida social e política de seu país, sempre se empenhando com coragem na defesa da democracia e na promoção dos direitos humanos”. Com essas palavras, o Papa Francisco recorda o cardeal Christian Tumi, falecido aos 90 anos nas primeiras horas do Sábado Santo, 3 de abril.
No telegrama enviado ao arcebispo de Douala, Dom Samuel Kleda, o Pontífice expressou suas condolências e sua união na oração “ao Colégio Cardinalício, aos entes queridos do falecido, bem como a todos aqueles que foram tocados por esse luto.”
“Nomeado bispo de Yagoua, depois arcebispo de Garoua e então de Douala – escreve o Santo Padre na mensagem - o cardeal Tumi deixou uma marca indelével na Igreja, bem como na vida social e política de seu país, sempre se empenhando com coragem na defesa da democracia e na promoção dos direitos humanos.”
“Tendo atingido uma idade avançada, manteve-se sempre disponível ao serviço da paz e da reconciliação. Criado cardeal por São João Paulo II em 1988, foi um fiel colaborador dos Papas, assumindo vários cargos na Cúria Romana.”
“Que o Senhor acolha o seu Servo na sua paz e alegria! Como um sinal de conforto, durante este tempo pascal, dirijo-lhe, Excelência, a Bênção Apostólica, bem como à família e aos entes queridos do cardeal falecido, em particular àqueles que o cercaram nos últimos anos, e a todos aqueles que participarão, na esperança da ressurreição, da celebração das exéquias”, conclui o Santo Padre.
Pastor das almas e pacificador
O cardeal Tumi dedicou sua vida como pastor pela pacificação e desenvolvimento de seu país, a República dos Camarões. Em 2019, recebeu o Prêmio Nelson Mandela por ter promovido a paz e o respeito pelos direitos humanos contra todas as formas de discriminação étnica e religiosa em seu país. “Somos obrigados a fazer todo o possível, mesmo à custa de nossas vidas, para restaurar a paz”, havia dito o cardeal em face dos confrontos e da violência que começaram em 2016 após as reivindicações dos camaroneses de língua inglesa, que se mobilizaram para denunciar sua marginalização.
O purpurado camaronês nasceu em 15 de outubro de 1930 em Kikaikelaki. Ele é o quarto de sete filhos: antes dele, dois irmãos morrem logo após o nascimento.
Ordenado sacerdote em 1966, exerceu o ministério de vigário paroquial em Fiango e, até 1969, exerceu a docência como professor no Seminário Menor "Bishop Rogan College". Após estudos no exterior, é nomeado em 1973 foi reitor do Seminário Maior Regional de Bambuí, da Arquidiocese de Bamenda.
São João Paulo II o nomeia bispo de Yagoua em 1979 e no ano seguinte o consagra na Basílica de São Pedro. Arcebispo de Garoua no início dos anos 1980, Wojtyla o fez cardeal em 1988. De 1991 a 2009 foi arcebispo de Douala. Foi presidente da Conferência Episcopal dos Camarões e do Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar (SECAM). Ele participou de vários Sínodos, incluindo as duas Assembleias Especiais para a África em 1994 e 2009.
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