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Deserto ¨¦ lugar de tenta??o: "nunca dialoguem com o diabo", disse o Papa

O Evangelho do dia sobre as tenta??es de Jesus no deserto, neste primeiro Domingo de Quaresma, conduziu a reflex?o do Papa Francisco na alocu??o que precedeu a ora??o mariana do Angelus. O Pont¨ªfice nos lembrou que o ambiente simb¨®lico do deserto ¨¦ o lugar ¡°onde Deus fala ao cora??o do homem¡±, uma dimens?o existencial ¡°para ficar em sil¨ºncio e escutar a palavra de Deus". Por¨¦m, tamb¨¦m ¡°¨¦ lugar da tenta??o¡± de Santan¨¢s. Sem medo, mas com cuidado, devemos nos preparar para combat¨º-lo como Jesus, disse o Pont¨ªfice, que "nunca fez um di¨¢logo com o diabo, nunca". Quando o sedutor se aproximar, "n?o h¨¢ di¨¢logo poss¨ªvel. Somente a Palavra de Deus¡±.

Andressa Collet ¨C Pope

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Neste primeiro Domingo de Quaresma, na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus, o Papa Francisco refletiu sobre o Evangelho do dia que evoca os temas da tentação e da conversão, através do ¡°ambiente natural e simbólico¡± do deserto. De fato, com o rito penitencial das cinzas na última quarta-feira (17), começamos o caminho da Quaresma. E, neste primeiro domingo desse tempo litúrgico, a Palavra de Deus é quem nos conduz para melhor viver ¡°os 40 dias que conduzem à celebração anual da Páscoa¡±.

O ambiente simbólico do deserto

O Papa, assim, através do Evangelista Marcos (cf. 1,12-15), comentou sobre o caminho percorrido por Jesus quando "o Espírito o levou para o deserto" (v. 12), se retirando durante 40 dias por lá, ¡°onde foi tentado por Satanás¡±. O deserto, incentivou Francisco a refletir, um ambiente ¡°natural e simbólico, tão importante na Bíblia¡±:

¡°O deserto é o lugar onde Deus fala ao coração do homem, e onde brota a resposta da oração, ou seja, o deserto da solidão, o coração separado de outras coisas e, somente naquela solidão, se abre à Palavra de Deus. Mas é também o lugar da provação e da tentação, onde o Tentador, aproveitando a fragilidade e as necessidades humanas, insinua a sua voz mentirosa, uma alternativa àquela de Deus, uma voz alternativa que te mostra outro caminho, um outro caminho de engano. O Tentador seduz.¡±

Na verdade, continuou Francisco, durante os 40 dias vividos por Jesus no deserto, ¡°começa o ¡®duelo' entre Jesus e o diabo, que terminará com a Paixão e a Cruz. Todo o ministério de Cristo é uma luta contra o Maligno nas suas muitas manifestações: curas de doenças, exorcismos sobre os possuídos, perdão dos pecados¡±. Jesus, ao agir com o poder de Deus, ¡°parece que o diabo tem a vantagem, quando o Filho de Deus é rejeitado, abandonado e, finalmente, capturado e condenado à morte¡±. Mas, não, disse o Pontífice, porque ¡°a morte era o último ¡®deserto¡¯ para se atravessar para derrotar definitivamente Satanás e libertar todos nós do seu poder¡±.

A vitória de todos nós sobre o mal

Todos os anos, no início da Quaresma, recordou Francisco, ¡°este Evangelho das tentações de Jesus no deserto nos lembra que a vida do cristão, nos passos do Senhor, é uma batalha contra o espírito do mal¡±. Mas, que devemos fazer como Jesus, que enfrentou e venceu o Tentador: "devemos estar conscientes da presença deste inimigo astuto, interessado na nossa condenação eterna, no nosso fracasso, e nos prepararmos para nos defender dele e combatê-lo".  Assim, o Pontífice procurou enfatizar que, "nas tentações, Jesus nunca dialoga com o diabo, nunca":

¡°Na sua vida, Jesus nunca fez um diálogo com o diabo, nunca. Ou o afasta dos possuídos ou o condena ou mostra a sua malícia, mas nunca um diálogo. E, no deserto, parece que há um diálogo porque o diabo faz três propostas e Jesus responde. Mas Jesus não responde com as suas palavras. Responde com a Palavra de Deus, com três passagens da Escritura. E isso é para todos nós. Quando o sedutor se aproxima, ele começa a nos seduzir: 'mas pense isto, faça aquilo...', a tentação é de dialogar com ele, como fez Eva. Eva disse: 'mas não se pode porque nós...', e entrou em diálogo. E se nós entrarmos em diálogo com o diabo, seremos derrotados. Coloque isso na cabeça e no coração: com o diabo nunca se dialoga, não há diálogo possível. Somente a Palavra de Deus.¡±

Nunca dialogar com o diabo

O Papa, assim, finalizou a sua reflexão, encorajando todos nós, neste tempo de Quaresma, seguir o Espírito Santo, como Jesus, e entrar no deserto, "sem medo":

¡°Não se trata - como vimos - de um lugar físico, mas de uma dimensão existencial para ficar em silêncio, escutar a palavra de Deus, "para que a verdadeira conversão se realize em nós". Não tenham medo do deserto, procurem por momentos de mais oração, de silêncio, de entrar em nós mesmos. Não tenham medo. Somos chamados a percorrer os caminhos de Deus, renovando as promessas do nosso Batismo: renunciar a Satanás, a todas as suas obras e a todas as suas seduções. O inimigo está ali, agachado, tenham cuidado. Mas nunca dialoguem com ele.¡±

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21 fevereiro 2021, 12:35