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Francisco, em 2019, quando encontrou famílias da Sìria e do Iraque acolhidas na Bulgária Francisco, em 2019, quando encontrou famílias da Sìria e do Iraque acolhidas na Bulgária

Papa sobre crise na í e Iraque: todo esforço pela paz constrói uma sociedade justa

A Santa Sé promove nesta quinta-feira (10) um encontro em modalidade on-line sobre uma das crises humanitárias mais graves das últimas décadas que aflige hoje as populações da í, Iraque e países vizinhos. Na abertura do evento, uma mensagem em vídeo do Papa Francisco sobre atuação das organizações católicas naquela região e um apelo à comunidade internacional sobre a situação dos deslocados e refugiados: "todo esforço - grande ou pequeno - feito para promover o processo de paz é como colocar um tijolo na construção de uma sociedade justa, que se abra ao acolhimento, e onde todos possam encontrar um lugar para morar em paz".

Andressa Collet – Pope

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O Papa Francisco foi quem abriu os trabalhos de um encontro on-line sobre a crise humanitária na Síria e no Iraque, promovido nesta quinta-feira (10) pelo Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral da Santa Sé. O conflito nos dois países do Oriente Médio tem gerado milhões de deslocados internos e de famílias que precisam de assistência humanitária.

Em mensagem em vídeo, o Pontífice saudou os participantes do evento provenientes de 50 organizações católicas de caridade, além de representantes dos episcopados locais, instituições eclesiais, congregações religiosas e núncios apostólicos da região. Em seguida, procurou distinguir três pontos para análise sobre uma das crises humanitárias mais graves das últimas décadas. Francisco mencionou a difícil situação dos deslocados pela guerra, em particular, os cristãos; fez um apelo à comunidade internacional em favor dos refugiados e encorajou ainda mais a atuação das organizações católicas.

Os deslocados pela guerra

O Papa, então, iniciou dando a sua contribuição para a reflexão dos graves problemas que afligem hoje as populações da Síria, do Iraque e países vizinhos, através do fenômeno dos deslocados:

“Todo esforço - grande ou pequeno - feito para promover o processo de paz é como colocar um tijolo na construção de uma sociedade justa, que se abra ao acolhimento, e onde todos possam encontrar um lugar para morar em paz.”

"O meu pensamento vai especialmente às pessoas que tiveram que deixar as próprias casas para escapar dos horrores da guerra, em busca de melhores condições de vida para si e para os próprios familiares. Em particular, recordo os cristãos forçados a abandonar os lugares onde nasceram e cresceram, onde a fé foi desenvolvida e enriquecida. É preciso garantir que a presença cristã, nestas terras, continue a ser o que sempre foi: um sinal de paz, de progresso, de desenvolvimento e de reconciliação entre as pessoas e os povos.”

O apelo à comunidade internacional

Ao fazer referência “aos refugiados que querem retornar ao país” de origem, o Papa exortou:

“Dirijo um apelo à comunidade internacional para que faça todos os esforços para facilitar esse retorno, garantindo as condições de segurança e as condições econômicas necessárias para que isso possa acontecer. Cada gesto, cada esforço nessa direção, é precioso.”

A atuação das organizações católicas na região

A mensagem em vídeo do Papa foi finalizada com uma reflexão sobre a atuação das organizações católicas empenhadas nos programas de ajuda e assistência humanitária naquela região. De fato, a rede eclesial como um todo, desde 2014 destinou mais de 1 bilhão de dólares ao atendimento emergencial, chegando a mais de 4 milhões de beneficiários individuais por ano.

Francisco procurou incentivar ainda mais os participantes do encontro que, seguindo “o exemplo do Bom Samaritano, estão trabalhando sem reservas para acolher, cuidar e acompanhar os migrantes e os deslocados nestas terras, sem distinção de credo”. O Pontífice fez questão de evidenciar que todo esse trabalho é feito conjuntamente, porque “vocês não estão sozinhos!”, disse o Papa, “toda a Igreja se torna uma só”:

“Como já tive ocasião de dizer muitas vezes, a Igreja não é uma ONG. A nossa ação caritativa deve ser inspirada pelo e para o Evangelho. Essa ajuda deve ser um sinal tangível da caridade de uma Igreja local que ajuda uma outra Igreja que está sofrendo, através destes maravilhosos meios que são as agências católicas de ajuda humanitária e de desenvolvimento. Uma Igreja que ajuda uma outra Igreja.”

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10 dezembro 2020, 16:00