Papa: Pacto Educativo Global e Missão 4.7, juntos pela civilização do amor, beleza e unidade
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O primeiro dia do Simpósio foi dedicado ao lançamento da Missão 4.7, relativa à implementação do 4º objetivo da Agenda 2030 da ONU para um desenvolvimento sustentável ("Garantir uma educação de qualidade inclusiva e equitativa e promover oportunidades de aprendizagem contínua para todos) e de seu ponto 7 ("educação voltada para o desenvolvimento e um estilo de vida sustentável, aos direitos humanos, à igualdade de gênero, à promoção de uma cultura pacífica e não violenta, à cidadania global e à valorização das diversidades culturais") em sinergia com o Global Compact on Education, lançado pelo Papa Francisco.
O encontro, promovido pela Pontifícia Academia das Ciências Sociais e pela ONU, conta com a presença de lideranças de movimentos juvenis de todo o mundo e de especialistas do setor. Teve início nesta quarta-feira (16/12), na Casina Pio IV, no Vaticano, e se conclui nesta quinta (17).
A indiferença e a cultura do descarte, os males de hoje
O Papa se dirige ao Simpósio através de uma videomensagem na qual parabeniza o compromisso de tantos governos e instituições no campo da educação que “é realmente um ato de esperança no futuro e de solidariedade com as novas gerações”. Um compromisso que hoje é ainda mais necessário quando “o pacto educativo mundial foi quebrado também por causa da pandemia e quando se torna mais evidente a necessidade de um novo tipo de educação, que ajude a superar a atual globalização da indiferença e a cultura do descarte”, ressalta o Papa no vídeo.
Uma crise educacional sem precedentes
O Papa Francisco descreve 2020, um ano de sofrimento por causa da Covid-19 e suas consequências, com as seguintes palavras:
Um ano de isolamento obrigatório e exclusão, de angústias e crises espirituais e um número não pequeno de mortoes, e de uma crise educacional sem precedentes. Mais de um bilhão de crianças enfrentaram interrupções em sua educação. Milhões de crianças ficaram para trás nas oportunidades de desenvolvimento social e cognitivo. Em muitos lugares, as crises biológica, psíquica e econômica foram agravadas por crises políticas e sociais relacionadas.
Diante deste cenário, é necessário “um ato de esperança para que os impulsos de ódio, divisão e ignorância possam e sejam superados”, através de novas oportunidades educacionais “baseadas na justiça social e no amor recíproco, um novo Pacto Educativo Global”, sublinha Francisco, acrescentando:
Agradeço-lhes por se reunirem hoje a fim de aumentar as nossas esperanças e planos comuns numa nova educação que promova a transcendência da pessoa humana, o desenvolvimento humano integral e sustentável, o diálogo intercultural e religioso, a preservação do planeta, os encontros pela paz e a abertura a Deus.
A paz, como a guerra, nasce na mente dos homens
Fundamental, observa o Papa Francisco, é a ação da ONU para envolver governos e sociedades de todo o mundo no esforço por uma nova educação. O Pontífice cita as palavras que São Paulo VI dirigiu às Nações Unidas durante sua histórica visita em 4 de outubro de 1965: “Senhores, vocês realizaram e estão realizando uma grande obra: a educação da humanidade para a paz”. Recorda que a Constituição da Unesco, adotada em 1945, no final da II Guerra Mundial, reconheceu que “como as guerras nascem na mente dos homens, é no espírito dos homens que as defesas da paz devem ser colocadas”. Isso há 75 anos. E hoje? O Papa afirma:
Em nosso tempo, em que o pacto educativo global foi quebrado, vejo com satisfação que os governos se comprometeram novamente a colocar estas ideias em prática através da adoção da Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, em sinergia com o Pacto Educativo Global. No centro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável está o reconhecimento de que uma educação de qualidade para todos é uma base necessária para proteger a nossa Casa comum e promover a fraternidade humana.
Um compromisso comum para a civilização do amor
“O Pacto Educativo Global e a Missão 4.7 trabalharão juntos pela civilização do amor, da beleza e da unidade”, afirma ainda o Papa. Dirigindo-se aos participantes do Simpósio, conclui com uma visão e um desejo: “Espero que vocês sejam os poetas de uma nova beleza humana, uma nova beleza fraterna e amigável, assim como da preservação da terra em que pisamos”.
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