Papa: despertar do sono da mediocridade e da indiferen?a com ora??o e amor
Bianca Fraccalvieri ¨C Cidade do Vaticano
¡°Senhor, fazei-nos sentir o desejo de rezar e a necessidade de amar.¡± Com esta invocação, o Papa Francisco concluiu sua homilia ao presidir à Santa Missa na Basílica de São Pedro neste I Domingo do Advento.
Concelebraram com o Pontífice os cardeais criados ontem no Consistório Ordinário Público. Ao comentar as leituras do dia, Francisco ressalta duas palavras: proximidade e vigilância.
Proximidade de Deus e vigilância nossa
O Advento, afirmou, é o tempo para nos lembrarmos da proximidade de Deus, que desceu até nós. O primeiro passo da fé, explicou, é dizer ao Senhor que precisamos Dele, da sua proximidade. E a primeira mensagem do Advento e do Ano Litúrgico é também reconhecer Deus próximo.
Invocando assim a sua proximidade, treinaremos a nossa vigilância. Esta palavra, aliás, é repetida quatro vezes no Evangelho deste domingo. É importante permanecer vigilantes, porque na vida é um erro perder-se em mil coisas e não se dar conta de Deus. Arrastados pelos nossos interesses e distraídos por tantas vaidades, corremos o risco de perder o essencial. Vigiar é não se deixar dominar pelo desânimo, é viver na esperança.
A fé é o contrário da mediocridade
Para o Pontífice, dois sonos nos ameaçam: o sono da mediocridade e o da indiferença.
A mediocridade sobrevém quando esquecemos o primeiro amor e avançamos apenas por inércia, prestando atenção somente a viver tranquilos.
¡°E isto corrói a fé, porque a fé é o contrário da mediocridade: é desejo ardente de Deus, audácia contínua em converter-se, coragem de amar, é caminhar sempre para diante. A fé não é água que apaga, mas fogo que queima.¡±
A vigilância da oração é o que pode nos despertar do sono da mediocridade. A oração oxigena a vida: tal como não se pode viver sem respirar, assim também não se pode ser cristão sem rezar.
Não se pode ser cristão sem caridade
Já quem dorme o sono da indiferença vê tudo igual, não se interessa por quem está perto dele. ¡°Quando orbitamos apenas em torno de nós mesmos e das nossas necessidades, indiferentes às dos outros, a noite desce sobre o coração¡±, disse o Papa.
Trata-se de um sono que atualmente acomete a muitos e só poderemos despertar com a vigilância da caridade.
¡°A caridade é o coração pulsante do cristão: tal como não se pode viver sem pulsação, assim também não se pode ser cristão sem caridade.¡±
Ajudar os outros não é ser perdedor; pelo contrário, é ser vitorioso, pois é com as obras de misericórdia que nos aproximamos do Senhor.
O convite final do Papa é para fazer a seguinte invocação: ¡°Vinde, Senhor Jesus! Vós sois a luz: despertai-nos do sono da mediocridade; despertai-nos das trevas da indiferença. Vinde, Senhor Jesus! Tornai vigilantes os nossos corações distraídos: fazei-nos sentir o desejo de rezar e a necessidade de amar.¡±
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