Papa exorta a curar as epidemias causadas pelos pequenos v¨ªrus e pelas grandes injusti?as sociais
Jackson Erpen ¨C Pope
O Papa deu continuidade nesta quarta-feira na Biblioteca do Palácio Apostólico a sua série de catequeses dedicadas à pandemia, uma situação que nos oferece "a oportunidade para construir algo diferente". "Pandemia é uma crise e de uma crise não se sai iguais. Deveríamos sair melhores". No entanto, "se o vírus voltar a se intensificar em um mundo injusto em relação aos pobres e vulneráveis", devemos mudar este mundo. "Devemos agir agora para curar as epidemias causadas por pequenos vírus invisíveis, e para curar as que são provocadas pelas grandes e visíveis injustiças sociais", tendo como critério, o amor de Deus.
Curar um grande vírus, o da injustiça social
¡°A pandemia ¨C ressaltou o Pontífice logo ao iniciar - acentuou a situação dos pobres e a grande desigualdade que reina no mundo. E o vírus, sem excluir ninguém, encontrou grandes desigualdades e discriminações no seu caminho devastador. E aumentou-as!¡± Diante deste quadro, é necessária uma dupla resposta:
Critério-chave da autenticidade cristã
Recordando a forma como Jesus viveu sua vida terrena - despojando-se e fazendo-se semelhante aos homens, vivendo sem privilégios na condição de servo, nascido numa família humilde e tendo trabalhado como artesão, estando no meio dos doentes, leprosos, dos pobres e dos excluídos, mostrando-lhes o amor misericordioso de Deus,¨C o Papa observou que se reconhece os seguidores de Jesus ¡°pela sua proximidade aos pobres, aos pequeninos, aos doentes, aos presos, aos excluídos, aos esquecidos, a quantos estão sem comida e sem roupa. É o protocolo pelo qual seremos julgados" (Mateus 25). E este ¨C acentuou Francisco - é um critério-chave de autenticidade cristã.
O Pontífice observa que ¡°alguns pensam erroneamente que este amor preferencial pelos pobres é uma tarefa para poucos, mas na realidade é a missão de toda a Igreja¡±, como afirmou São João Paulo II em sua Carta Encíclica ¡°Cada cristão e cada comunidade - afirmou, citando a - são chamados a ser instrumentos de Deus para a libertação e promoção dos pobres¡±.
Trabalhar em conjunto para curar as estruturas sociais doentes
¡°A fé, a esperança e o amor impulsionam-nos necessariamente para esta preferência pelos mais necessitados, que vai além da assistência necessária¡±, acrescentou, explicando:
Deveríamos sair melhores da crise
Há uma expectativa para retomar as atividades econômicas e voltar à normalidade. As consequências sociais da pandemia preocupam a todos, "todos!" No entanto ¨C chama a atenção o Papa ¨C esta ¡°normalidade¡± ¡°não deve incluir injustiça social e degradação ambiental¡±:
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A opção preferencial pelos pobres ¨C reitera o Santo Padre - esta necessidade ética e social que vem do amor de Deus, ¡°dá-nos o estímulo para pensar e conceber uma economia onde as pessoas, e especialmente as mais pobres, estejam no centro. E também nos encoraja a projetar o tratamento dos vírus, privilegiando quem tem mais necessidade¡±:
Mudar o mundo a partir do amor de Deus
Se o vírus se voltar a intensificar num mundo injusto em relação aos pobres e vulneráveis, devemos mudar este mundo, enfatiza o Pontífice. Neste sentido, a exemplo de Jesus, médico do amor divino integral, isto é, da cura física, social e espiritual - devemos agir agora para curar as epidemias causadas por pequenos vírus invisíveis, e para curar as que são provocadas pelas grandes e visíveis injustiças sociais.
Proponho ¨C disse Francisco ao concluir - que isto seja feito a partir do amor de Deus, colocando as periferias no centro e os últimos em primeiro lugar. "Não esquecer o protocolo pelo qual todos seremos julgados, Mateus, capítulo 25. Coloquemo-lo em prática nesta retomada da pandemia. E, a partir deste amor concreto - como diz o Evangelho - , ancorado na esperança e fundado na fé, será possível um mundo mais saudável. Do contrário, sairemos piores da crise. Que o Senhor nos ajude, nos dê a força para sairmos melhores, respondendo às necessidades do mundo de hoje. Obrigado!".
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