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"A rua não é lugar para morar, muito menos para morrer"

Francisco rezou mais uma vez pelos moradores de rua neste tempo de pandemia, citando uma foto vista num jornal. A imagem à qual o Papa se referiu na missa desta quinta-feira é de Las Vegas, nos Estados Unidos. Um abrigo para moradores de rua foi temporariamente transferido para um estacionamento descoberto após ser fechado por conta de um caso positivo do Covid-19.

Bianca Fraccalvieri - Cidade do Vaticano

"Num jornal, hoje, há uma foto que toca o coração: muitos sem-teto de uma cidade deitados num estacionamento, sob observação... Peçamos a Santa Teresa de Calcutá que desperte em nós o sentido da proximidade."

Palavras do Papa Francisco ao introduzir, na manhã de quinta-feira (02/04), a missa na capela da Casa Santa Marta. Francisco dirigiu seu pensamento àqueles que estão pagando as consequências da pandemia do coronavírus, em particular aqueles que não têm uma casa.  

As imagens às quais o Papa se referiu são de Las Vegas, nos Estados Unidos. Um abrigo para moradores de rua foi temporariamente transferido para um estacionamento descoberto após ser fechado por conta de um caso positivo do Covid-19.

O fechamento do Catholic Charities of Southern Nevada deixou 500 pessoas sem lugar para dormir, forçando as autoridades da cidade a liberar o estacionamento de um centro de convenções.

As imagens mostram os desabrigados deitados no asfalto demarcado com tinta branca em áreas que supostamente atendem às regras do distanciamento social para impedir a propagação do novo coronavírus.

Eles permanecerão ali até 3 de abril, quando a Catholic Charities deve reabrir.

"A rua não é um lugar para morar, muito menos para morrer"

As fotos de Las Vegas evidenciam o dilema que inúmeras cidades estão enfrentando para atender os sem-teto. O mesmo acontece na cidade de São Paulo, onde, segundo o último censo, existem mais de 25 mil pessoas vivendo nas ruas, das quais mais de 12 mil estão sem abrigo.

O verbita Padre Arlindo Pereira Dias afirma são necessárias políticas públicas emergenciais urgentes para atender essas pessoas, que serão, segundo ele, as mais afetadas pela pandemia. O sacerdote afirma que comunidades, grupos e movimentos já se mobilizaram, com inúmeras ações de solidariedade, entre eles o Vicariato da Pastoral para o Povo da Rua, o Arsenal da Esperança e os franciscanos no Largo São Francisco.  "Trata-se de viver a Campanha da Fraternidade em tempo de coronavírus", afirma o verbita.

Ouça o Padre Arlindo

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02 abril 2020, 12:08