Papa: a Igreja tem um cora??o de m?e. Aproximando-se de Maria encontra seu centro e sua unidade
Manoel Tavares - Cidade do Vaticano
O Santo Padre começou este novo ano de 2020 presidindo, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, à celebração Eucarística pela Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus.
O Papa começou a sua homilia com a citação bíblica: ¡°Quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher¡±. E explicou:
¡°Nasceu de uma mulher: assim veio Jesus! Não veio ao mundo como adulto, mas, como diz o Evangelho, ¡°concebido no seio materno¡±. Assim, ele assumiu a nossa humanidade. No seio de uma mulher, Deus e a humanidade se uniram e nunca mais se deixaram. Agora, no Céu, Jesus vive na carne que recebeu no seio de sua Mãe¡±.
Desta forma, acrescentou Francisco, no primeiro dia do ano novo, celebramos a união entre Deus e o homem, que se deu no seio de uma mulher. A nossa humanidade estará para sempre em Deus e Maria será para sempre a Mãe de Deus: mulher e mãe¡±. E falando sobre Maria, o Papa disse:
¡°Por meio desta mulher, surgiu a salvação. Logo, não há salvação sem ela. Através de Maria, mulher e mãe, Deus se uniu a nós, homens e mulheres. Por isso, começamos o ano sob o signo de Nossa Senhora, mulher que teceu a humanidade de Deus. Se também nós quisermos dar humanidade aos nossos dias, devemos recomeçar da mulher¡±.
Logo, disse Francisco, ¡°o renascimento da humanidade começou de uma mulher. As mulheres são fontes de vida! Não obstante, são continuamente espezinhadas, espancadas, violentadas, obrigadas à prostituição e a privar a vida que trazem no seio. E acrescentou:
¡°Toda a violência infligida à mulher é uma profanação de Deus, nascido de mulher. A salvação da humanidade veio do corpo de uma mulher. O nível da nossa humanidade mede-se pelo modo com que tratamos o corpo de uma mulher¡±.
E Francisco refletiu: ¡°Quantas vezes o corpo da mulher é sacrificado pelas propagandas profanas, pelo lucro, pela pornografia. As mulheres devem ser libertadas do consumismo, devem ser respeitadas e honradas. A sua carne é a mais nobre do mundo, pois uma mulher deu à luz o Amor, que nos salvou! E o Papa disse:
¡°Ainda hoje, a maternidade é humilhada, porque o único crescimento que interessa é o econômico. Quantas mães, na busca desesperada de dar um futuro melhor ao fruto do seu seio, arriscam suas vidas em viagens impossíveis e acabam julgadas por um grande número de pessoas fartas, mas de coração sem amor¡±.
Segundo a narração bíblica, no ápice da criação destaca-se a mulher, quase como compêndio de toda a obra criada por Deus. Ela encerra em si a finalidade da criação: a geração e a conservação da vida, a comunhão e a solicitude. É o que fez Nossa Senhora, que conservou tudo em seu coração¡±, como recordou o Papa:
¡°Ela conservava tudo: a alegria pelo nascimento de Jesus; a tristeza pela hospitalidade negada em Belém; o amor de José e a admiração dos pastores; as promessas e as incertezas sobre o futuro do seu filho. Mas, em seu coração, encarava e aceitava tudo, inclusive as adversidades, com amor e confiança em Deus¡±.
Por isso, no início deste Ano Novo, Francisco, convidou os fiéis a pedirem a graça de acolher e cuidar dos outros, se quisermos um mundo melhor, que seja casa de paz e não palco de guerra, que respeite a dignidade de cada mulher. Da mulher, nasceu o Príncipe da Paz. Uma conquista em prol da mulher é uma conquista em prol de toda a humanidade.
Neste sentido, o Papa disse que também a Igreja, como Maria, é mulher e mãe e se sente chamada a anunciar o nascimento do Senhor e a gerá-lo em nossas vidas. E concluiu: ¡°Aproximando-se de Maria, a Igreja reencontra o seu centro e a sua unidade. Ao contrário, o inimigo da natureza humana, o demônio, busca dividi-la, dando ênfase às diferenças, ideologias, pensamentos unilaterais e partidos. Jamais poderemos compreender a Igreja, se a olharmos só a partir das estruturas, programas e tendências e não do coração. A Igreja tem coração de mãe¡±.
O Santo Padre concluiu a sua homilia, na Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus, pedindo-lhe a unidade e a esperança. Sob seu manto materno confiou este ano novo de 2020, que está iniciando!
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