Audiência: não há lugar para o egoÃsmo na alma do cristão
Bianca Fraccalvieri – Cidade do Vaticano
O Papa Francisco se reuniu com cerca de 15 mil fiéis e peregrinos na Praça São Pedro para a Audiência Geral desta quarta-feira (26/06) – a última antes da pausa de verão. De fato, o Pontífice retomará seu encontro semanal no dia 7 de agosto.
Sob um forte sol - os doentes foram acomodados na Sala Paulo VI -, o Papa deu continuidade ao seu ciclo sobre os Atos dos Apóstolos e hoje comentou a vida da primeira comunidade cristã de Jerusalém.
O extraordinário se faz ordinário
Esta primeira comunidade nasceu no dia de Pentecostes com a efusão do Espírito Santo e é considerada o paradigma de toda a comunidade. Cerca de três mil pessoas ingressaram naquela fraternidade, que é o “habitat†dos fiéis e o fermento eclesial da obra de evangelização. “O extraordinário se faz ordinário e a cotidianidade se torna o espaço da manifestação de Cristo vivoâ€, explicou o Papa.
A narração de Lucas permite observar dentro dos muros da “domus†onde os primeiros cristãos se recolhem como família de Deus, espaço da “koinoniaâ€, isto é, da comunhão de amor entre irmãos e irmãs em Cristo.
Eles vivem de uma maneira bem clara: “perseveravam na doutrina dos apóstolos, na comunhão, na fração do pão e nas orações†(2, 42).
Eis os traços do bom cristão: ouvir assiduamente o ensinamento apostólico, praticar uma alta qualidade de relações interpessoais, fazer memória do Senhor através da Eucaristia e dialogar com Deus na oração.
Divisões não têm vez
Diferentemente da sociedade humana, onde se tende a fazer os próprios interesses, inclusive em detrimento dos outros, a comunidade dos fiéis baniu o individualismo para favorecer a compartilha e a solidariedade. Autorreferencialidade, antagonismos e divisões não têm vez.
Francisco recordou a importância de se colocar no lugar do outro, de se preocupar, não para fofocar, mas para ajudar, dar esmola, visitar os doentes e quem necessita de consolação.
E nessa estrada de comunhão e partilha com os necessitados, os primeiros cristãos eram capazes de seguir uma autêntica vida litúrgica.
O Papa então concluiu: “Peçamos ao Espírito Santo para que faça de nossas comunidades locais nas quais acolher e praticar a vida nova, as obras de solidariedade e de comunhão, locais em que as liturgias sejam encontro com Deus, que se torna comunhão com os irmãos e irmãs, locais que sejam portas abertas sobre a Jerusalém celeste.â€
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