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Jane Nogara - Cidade do Vaticano

O segundo compromisso oficial do Papa Francisco na Romênia, foi no Palácio do Patriarcado Ortodoxo de Bucareste.

Na ocasião o Papa foi acolhido pelo Patriarca Daniel com o qual teve um encontro privado e em seguida dirigiu-se à Sala 鈥淐onventus鈥� para o encontro com os membros do Sínodo Permanente da Igreja Ortodoxa Romena.

Após a saudação de boas-vindas de Sua Beatitude Daniel o Papa falou aos presentes iniciando com a saudação 鈥�Cristos a înviat! Cristo ressuscitou!鈥� afirmando que 鈥渁 ressurreição do Senhor é o coração da proclamação apostólica, transmitida e guardada pelas nossas Igrejas鈥�. E recordou as palavras de João Paulo II 20 anos atrás ao mesmo Sínodo que dizia "vim contemplar o Rosto de Cristo esculpido nesta Igreja; vim venerar este Rosto sofredor, penhor duma esperança renovada", e Francisco afirmou: 鈥淭ambém eu, desejoso de ver o rosto do Senhor no rosto dos irmãos, vim aqui, peregrino, para ver todos vocês; de coração, agradeço a recepção鈥�.

Fraternidade do sangue

O Papa recordou que 鈥渙s vínculos de fé que nos unem, remontam aos Apóstolos (鈥�) lembram-nos que existe uma fraternidade do sangue que nos antecede e que ao longo dos séculos, como uma silenciosa corrente vivificante, nunca cessou de irrigar e sustentar o nosso caminho鈥�.

exclamando: 鈥淨uantos mártires e confessores da fé!鈥�. O Papa disse também que os sofrimentos e martírios sofridos por todos 鈥�é uma herança demasiado preciosa para ser esquecida ou aviltada. E é uma herança comum, que nos chama a não nos distanciarmos do irmão que a partilha鈥�.

João Paulo II e a aurora pascal do diálogo

A visita de João Paulo II vinte anos atrás 鈥渇oi um dom pascal um acontecimento que contribuiu não só para o reflorescimento das relações entre ortodoxos e católicos na Romênia, mas também para o diálogo entre católicos e ortodoxos em geral鈥�. E afirmou que aquela viagem 鈥渁briu o caminho para outros eventos semelhantes鈥�.

Na visita de vinte anos atrás ficou marcado o grito do povo 鈥�unitate unitate! que se levantou, espontâneo鈥�, para Francisco

Como caminhar juntos

E como caminhar juntos? O Papa sugeriu três modos para caminhar juntos:

Com a força da memória: 鈥淣ão a memória dos agravos sofridos e infligidos (鈥�), mas a memória das raízes: os primeiros séculos em que o Evangelho, anunciado com audácia e espírito de profecia, encontrou e iluminou novos povos e culturas鈥�. A este propósito o Papa recordou

Caminhar juntos na escuta do Senhor

Como os Apóstolos, disse o Papa 鈥渢ambém nós precisamos de escutar juntos o Senhor鈥� sobretudo nos dias de hoje com as rápidas mudanças sociais e culturais. Neste ponto o Papa alerta que embora 鈥渕uitos se beneficiaram do desenvolvimento tecnológico e o bem-estar econômico鈥�, a 鈥渕aioria permaneceu inexoravelmente excluída鈥� e que este fato contribuiu para erradicar os valores dos povos, enfraquecendo a convivência e levando a 鈥渁titudes de fechamento e ódio鈥�.

E como encontrar o caminho? Francisco recorda 鈥淥 caminho alcança a meta, como em Emaús, através da súplica insistente ao Senhor para que fique conosco鈥�, chama-nos à caridade: a servir juntos, a 鈥榙ar Deus鈥� antes de 鈥榙izer Deus鈥�; a não nos mostrarmos passivos no bem, mas prontos a levantar-nos e partir, ativos e colaboradores.

Caminhar juntos para um novo Pentecostes

鈥淥 trajeto que nos espera 鈥� afirma o Papa - estende-se da Páscoa ao Pentecostes: daquela aurora pascal da unidade, surgida aqui há vinte anos, encaminhamo-nos para um novo Pentecostes鈥�, recordando o Papa João Paulo II. O Papa completa seu pensamento: "O nosso caminho partiu da certeza de ter ao lado o irmão que partilha a fé fundada na ressurreição do mesmo Senhor.

Concluindo o Santo Padre saúda os irmãos ortodoxos renovando sua gratidão e assegurando seu afeto, amizade e a sua oração e a da Igreja Católica.