Vilnius: Papa encontrou vinte e oito jesuítas dos Países Bálticos
Cidade do Vaticano
Durante sua recente viagem apostólica à Lituânia, Letônia e Estônia, de 22 a 25 de setembro passado, o Papa Francisco encontrou-se, em Vilnius, capital da Lituânia, com um grupo de 28 jesuítas provenientes dos Países Bálticos.
O diretor da revista jesuíta ‘La Civiltà Cattolica’, pe. Antonio Spadaro, escreveu um artigo sobre este encontro no número 4040 da publicação que sairá no próximo sábado, dia 20.
Descer à mansão dos mortos
Intenso foi o intercâmbio breve com dom Sigitas Tamkevičius, preso pela KGB. O Papa tinha acabado de voltar da visita ao Museu das Ocupações e Lutas pela Liberdade, “o Gólgota lituano”, na época sede das prisões em que os opositores do regime soviético eram detidos e torturados. Um dos momentos mais intensos da viagem. “Jesus desceu à mansão dos mortos e eu aconselho vocês”, disse Francisco, “a não terem medo de descer ao submundo das pessoas [...] Devemos ir até lá. Tocar as feridas [...] Estas feridas não se abriram somente em Vilnius e no passado.”
Referindo-se à “situação de algumas prisões no norte da África”, o Pontífice disse: “Nós hoje, rasgamos as vestes pelo que os comunistas, os nazistas e os fascistas fizeram ... mas hoje? Isso não acontece hoje também? Claro, é feito com luvas brancas e de seda!”
O Concílio e a mudança na Igreja
Francisco lembrou a importância do “encontro entre jovens e idosos”. Para um jovem jesuíta que perguntou ao Papa como poderia ajudá-lo, o Pontífice respondeu: “O que devemos fazer hoje é acompanhar a Igreja numa profunda renovação espiritual. Eu acredito que o Senhor está pedindo uma mudança na Igreja”. Depois de se referir ao número 12 da Lumen gentium e à Igreja como “povo de Deus”, acrescentou: “Se você quer me ajudar, deve agir, levando adiante o Concílio na Igreja”.
Entrar no caos
A outro jovem jesuíta que perguntou ao Papa como viver, sem medo, num mundo que parece estar no caos, Francisco respondeu-lhe para não entrar no caos sozinho, “pois acabará mal”. E acrescentou: “Mas se entrar com a graça do diálogo espiritual com o seu Provincial, com a sua comunidade, se o fizer como uma missão e com o Senhor [...] não tenha medo. Com o Senhor, não com os seus caprichos! Deus é forte, Deus é mais forte [...] Não tenha medo!”
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