Papa a Ortega: Cristo lhes conceda dons de fraterna reconciliação
Patricia Ynestroza - Cidade do Vaticano
Papa Francisco, por ocasião do Dia da Independência na Nicarágua, enviou uma mensagem, transmitida através do Núncio Apostólico, a todo o povo nicaraguense. O Papa envia aos filhos e filhas deste amado país uma cordial saudação, “garantindo-lhes mia oração para que Jesus Cristo, Príncipe da Paz – diz a mensagem – lhes conceda os dons de uma fraterna reconciliação e uma pacífica e solidária convivência”.
As palavras do Papa ressoam, e fazem eco às declarações da Conferência Episcopal através de seu presidente, o arcebispo de Manágua, cardeal Leopoldo Brenes, que pede incansavelmente respeito pelos direitos humanos, respeito pela liberdade de expressão, “as ofensas e os enfrentamentos não geram nada de positivo para a Nicarágua, apenas dão origem a hostilidades, tristeza e divisões”.
Ainda agressões à Igreja
No último fim de semana, durante as manifestações de apoio a Ortega, alguns manifestantes entraram com violência e força dentro da igreja de Nossa Senhora das Mercês, em Granada, enquanto estava sendo celebrada a missa. Um grupo de militantes que apoiam o governo entraram gritando e insultando e foram contidos pelos próprios fiéis que imploravam para que respeitassem a Casa de Deus. A Diocese de Granada em um comunicado rejeita e condena este ato como uma falta de respeito para com “nossas paróquias e pedem orações para que cessem estes atos de violência”.
Ainda no domingo (09/09), o sacerdote Edwin Román da igreja São Miguel de Masaya, denunciou que foi agredido verbal e fisicamente pelo vice-diretor da Polícia Nacional, Ramón Avellán, que junto com outros policiais e simpatizantes sandinistas se posicionaram diante da igreja com auto-falantes durante a missa. Ao sair e pedir para que abaixassem o volume dos auto-falantes porque disturbava a celebração, teve como resposta ofensas e agressões físicas.
A Igreja convida ao respeito
O cardeal pediu que se realizem passeatas, mas de forma positiva e pacífica. No domingo em uma entrevista coletiva pediu mais uma vez que seja construída uma cultura de paz e não uma cultura de violência. Diante das violências a Igreja reza, reza pelos que caluniam e difamam, e mantém a paz no coração. Por último, o cardeal convidou a população, todos os nicaraguenses, homens e mulheres de boa vontade para que “não deixem que o demônio semeie ódio no nosso coração, e que nos preparemos sempre para receber o Espírito Santo que só produz frutos de amor”.
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