Em Bari há uma atmosfera autenticamente ecumênica
Emanuela Campanile - Città del Vaticano
Dentro de poucos dias o Papa Francisco irá a Bari "junto com muitos líderes de Igrejas e Comunidades Cristãs do Oriente Médio", como o próprio Pontífice recordou após rezar o Angelus no domingo, 1º de junho. "Viveremos - prosseguiu - um dia de oração e reflexão".
A iniciativa – desejada pelo Papa e programada para o 7 de julho – é definida como “autenticamente ecumênica†pelo arcebispo de Bari-Bitonto, Dom Francesco Cacucci, que também destaca seu excepcional valor histórico:
Refiro-me à capacidade de conjugar a visão ecumênica entre as Igrejas cristãs e a atenção particular ao Oriente Médio, para invocar a paz, mas também para estar próximos de nossos irmãos cristãos que vivem no sofrimento. E não somente aos nossos irmãos cristãos. Trata-se, isto é, de passar de uma visão que, embora louvável, sendo ligada à nossa Igreja e ao mundo católico, para uma atmosfera genuinamente ecumênica.
A cidade de Bari, no dia-a-dia, na simplicidade dos gestos de cada dia, como vive esta atmosfera ecumênica?
Bastaria vir aqui em Bari antiga nas manhãs de domingo, para admirar as roupas coloridas usadas pelos fiéis das várias comunidades cristãs. Penso nos etíopes, nos eritreus - entre outros - nos georgianos que celebram sua liturgia nas igrejas antigas de Bari, em nossas igrejas católicas que eu quis colocar à disposição e oferecer a esses irmãos. Quando em dezembro de 2016 Bartolomeu I veio a Bari, oferecemos uma igreja dedicada ao Sagrado Coração no centro da cidade.
Além da própria história de "Porta do Oriente", o impulso para uma cultura ecumênica foi impresso em Bari após o Vaticano II ...
O caminho ecumênico não é um caminho que se improvisa. Eu sempre enfatizo que, imediatamente após o Concílio Vaticano II, Dom Nicodemus – o arcebispo da época – ao retornar do Concílio, abriu a cripta de São Nicolau aos ortodoxos com uma capelinha com ícones a eles dedicada. Foi o primeiro gesto do gênero emnível mundial. E assim, o caminho continuou por meio de um diálogo constante com outras denominações cristãs mas, especialmente, com o mundo oriental que continuamente vem aqui em São Nicolau para venerar as relíquias do Santo. A presença do mundo russo é muito destacada, mas gostaria de dizer que não é só o mundo russo, mas todo o mundo oriental. Além disso, há também muitos evangélicos, a Igreja Anglicana e outras Igrejas Evangélicas.
Que tipo de relação existe entre as várias comunidades?
As outras comunidades estarão presentes e viverão com grande participação este evento de 7 de julho. Temos encontros constantes com os irmãos de outras Confissões: há uma grande expectativa. Em um encontro que tive com os delegados do ecumenismo das várias dioceses da Puglia, percebi essa expectativa e essa participação, porque não é um evento que diz respeito somente à Igreja local de Bari, mas a toda a região.
Como, pessoalmente, o arcebispo de Bari-Bitonto se sente interpelado?
Considero que seja um dom. Fui ordenado bispo há 31 anos, durante uma sessão da Comissão mista católico-ortodoxa realizada em Bari com o cardeal Willebrands e com o metropolita de Melbourne, Stylianos. Os principais líderes da Igreja Católica e das Igrejas Ortodoxas estavam presentes. Esse evento marcou a minha vida, motivo pelo qual eu sempre vivi à luz de São Nicolau, que é o Santo da unidade e, sublinho isso, não somente da unidade entre católicos e ortodoxos, mas também com as Igrejas evangélicas. A escolha de Bari foi uma decisão do Papa que eu acolho com gratidão e com emoção.
Diocese de Bari-Bitonto
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