Bispo de Carpi fala do comovente encontro do Papa com Thomas Evans
Sergio Centofani - Cidade do Vaticano
O bispo de Carpi, Dom Cavina, estava presente no encontro entre o Papa Francisco e o pai de Alfie e falou ao Pope das emoções e a intensidade deste colóquio. O Papa expressou toda a sua admiração pela sua coragem.
Thomas Evans é o pai do pequeno Alfie, a criança inglesa de quase dois anos internada no Alder Hey Children's Hospital de Liverpool. Alfie sofre de uma doença neurodegenerativa desconhecida e os médicos pedem a suspensão do tratamento para ¡°melhor defender o seu interesse¡±.
Os pais, ao invés, querem transferi-lo ao Hospital Menino Jesus, de Roma, que se declarou disposto a acolhê-lo para assisti-lo até o fim. A transferência, no entanto, foi negada quer pelos médicos, como pelos juízes. É aguardado o último pronunciamento da Corte Suprema.
Eis a entrevista com Dom Cavina:
O encontro foi decidido na manhã de ontem, depois que eu recebi um pedido de Liverpool, se era possível o Santo Padre receber o pai de Alfie, Thomas, pois havia a sentença da Corte de Apelação que reafirmou a decisão do Tribunal de Primeira Instância, que o ventilador deveria ser desligado, deixando a criança morrer. Devo dizer que em 20 minutos o Santo Padre expressou seu desejo de encontrar-se com Thomas.
Como foi este encontro de hoje?
Este encontrou durou 20 minutos e foi de grande emoção. O Santo Padre era consciente do que relatou o pai de Alfie e, a certo ponto disse: ¡°eu o admiro pela coragem que o senhor tem, é jovem, mas tem uma coragem de defender a vida do seu filho¡°. E disse que de certa forma, esta coragem deste pai é semelhante ao amor de Deus que não se resigna a nos perder. Penso que foi o momento mais comovente.
E as palavras de Thomas?
Ele contou a sua dor, porque este era o seu desejo, dividir com o Santo Padre a dor. E depois explicou o que está se passando com o hospital que deveria dar os cuidados a Alfie, e que não permite a família de poder dar um tratamento em um hospital diferente. E ainda relatou ao Santo Padre, coisas que certamente já conhecia, o que dizem os juízes, ou seja, que a vida do menino é inútil. Thomas ao contrario, rebateu dizendo que ¡°Alfie é filho de Deus e porque é filho de Deus tem direitos. Do momento que foi Deus a dar a vida, seja também Ele a tirá-la no momento certo¡°. É exatamente por isso que ele está lutando, e pronto a combater até o fim.
Então o papa reiterou seu apoio ao pai de Alfie: mas o que saiu desta reunião?
Desta reunião, emerge que o Santo Padre me instruiu a manter relações com a Secretaria de Estado para que o Hospital Bambino Gesù faça todo o possível para acolher Alfie em seu serviço de saúde. E é isso que estamos tentando fazer agora. Existem grandes dificuldades do ponto de vista legislativo e jurídico: vamos ver se é possível superá-las.
Quais são as esperanças do pai de Alfie?
O pai de Alfie - devo dizer - saiu muito revigorado. No final da reunião, quando estávamos sozinhos, ele ficou muito emocionado e disse: "Eu não acredito! Não acredito no que o Santo Padre me disse! " - apenas pela emoção que experimentou. Para chegar hoje, eles fizeram uma viagem absurda: tiveram que ir a Atenas e depois de Atenas a Roma: então eles praticamente viajaram toda a noite. Estavam fisicamente cansados. Penso que nem tudo está resolvido. Temos que dizer assim.
Se não encontrarmos uma disposição por parte dos juízes e dos hospitais britânicos, tudo ficará muito mais difícil, e correremos o risco de permanecer em um impasse, como o que estamos vivendo agora. Nós devemos continuar a orar. Acredito que tudo o que foi alcançado neste período, mesmo a mobilização que ocorreu no nível de muitas pessoas, é fruto da oração. Devemos dizer verdadeiramente que o poder da oração é capaz de superar todos os obstáculos que podem ser colocados, para que a dignidade da pessoa seja respeitada.
Como o senhor julga este assunto?
Humanamente falando é incrível. Do ponto de vista do senso comum, parece-me que estamos além de toda lógica humana. Dois pais que pedem para transferir seu filho de um hospital para outro, eu não entendo porque isso deve ser evitado: se não na Itália, em qualquer outro hospital na Inglaterra. É difícil entender algo assim.
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