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Cardeal Pietro Parolin nos 50 anos da Comunidade de Sant'EgĂ­dio Cardeal Pietro Parolin nos 50 anos da Comunidade de Sant'EgĂ­dio  

Card. Parolin: Sant'Egídio, paixão e compaixão para além dos muros invisíveis

O secretårio de Estado vaticano, cardeal Pietro Parolin, celebrou a Santa Missa pelos 50 anos de fundação da Comunidade de Sant'Egídio, na Basílica de São João de Latrão.

Barbara Castelli e Silvonei José - Cidade do Vaticano


“Vocês não se detiveram diante do muro do que poderia parecer impossível”, convictos de que “o amor de Deus não pára e não recua diante do abismo que divide dos inimigos, dos leprosos, dos pobres”.

Estas são palavras de gratidão e reconhecimento do cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, aos membros da grande família da comunidade romana de Sant'Egídio. Na liturgia eucarística de ação de graças ao Senhor pelos 50 anos de fundação, celebrada neste sábado (10) na Basílica de São João de Latrão, o cardeal refletiu sobre o carisma e as obras da Comunidade.

A partir do Evangelho de Marcos para o sexto domingo do tempo comum, que narra o encontro entre Jesus e o leproso em Cafarnaum, o secretário de Estado lembra que as raízes do movimento internacional de leigos se afundam na intenção de “libertar da segregação e da solidão, inserindo no circuito da vida”.

Além das paredes invisíveis e dos abismos da indiferença

 

Na presença, entre outros, do fundador Andrea Riccardi e do presidente Marco Impagliazzo, bem como do arcebispo vigário de Roma, Dom Angelo De Donatis, o cardeal Pietro Parolin repercorreu, na homilia, as etapas do caminho feito por Sant'Egidio nestes últimos 50 anos, desde os primeiros passos nas periferias romanas, até aqueles que chegaram à Europa, África, Ásia e Américas.

O desejo de colocar-se a serviço dos excluídos permitiu à Comunidade de Sant'Egidio escrever milhares de histórias de “libertação da ‘lepra’ da exclusão”, nutrindo amorosamente “multidões famintas de dignidade e solidariedade”.

Ninguém é forçado a ser refém da violência

 

A comunidade de Sant'Egídio não contou somente histórias de redenção da pobreza e da doença, mas também acreditou obstinadamente que “a paz é possível, que um povo jamais é condenado a ser refém da violência” e dos conflitos.

Por esta razão, destaca o secretário de Estado, “vocês se comprometeram em se aproximar daqueles que se combatem ou se odeiam” e “vocês prestaram atenção aos feridos da guerra e da miséria: refugiados e emigrantes”, graças “aos corredores humanitários para os refugiados da Síria e do Chifre da África”.

Ninguém é excluído diante de Deus

 

“Não deixem de retornar à Palavra de Deus” é a recomendação que o cardeal dirige a todos, sobretudo porque “a compaixão e a paixão não são separadas da paciência, que é a capacidade de trabalhar na fé e na espera”. 

 característica peculiar de Sant'Egídio, que trabalha para construir “o milagre de um encontro sem fronteiras, nas várias periferias do mundo”, para reconstruir “a família humana para além de suas lacerações”, “tecer laços de fraternidade entre cristãos e crentes de várias religiões” de acordo com o “espírito de Assis”.

Ainda hoje, conclui o cardeal Pietro Parolin “o mundo global precisa” desta realidade “enraizada na realidade local, mas também capaz de habitar a dimensão global com a fraternidade”.

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11 fevereiro 2018, 10:14