Card. Parolin: Sant'EgĂdio, paixĂŁo e compaixĂŁo para alĂ©m dos muros invisĂveis
Barbara Castelli e Silvonei José - Cidade do Vaticano
âVocês não se detiveram diante do muro do que poderia parecer impossívelâ, convictos de que âo amor de Deus não pára e não recua diante do abismo que divide dos inimigos, dos leprosos, dos pobresâ.
Estas são palavras de gratidão e reconhecimento do cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, aos membros da grande família da comunidade romana de Sant'Egídio. Na liturgia eucarística de ação de graças ao Senhor pelos 50 anos de fundação, celebrada neste sábado (10) na Basílica de São João de Latrão, o cardeal refletiu sobre o carisma e as obras da Comunidade.
A partir do Evangelho de Marcos para o sexto domingo do tempo comum, que narra o encontro entre Jesus e o leproso em Cafarnaum, o secretário de Estado lembra que as raízes do movimento internacional de leigos se afundam na intenção de âlibertar da segregação e da solidão, inserindo no circuito da vidaâ.
Além das paredes invisíveis e dos abismos da indiferença
Na presença, entre outros, do fundador Andrea Riccardi e do presidente Marco Impagliazzo, bem como do arcebispo vigário de Roma, Dom Angelo De Donatis, o cardeal Pietro Parolin repercorreu, na homilia, as etapas do caminho feito por Sant'Egidio nestes últimos 50 anos, desde os primeiros passos nas periferias romanas, até aqueles que chegaram à Europa, África, Ásia e Américas.
O desejo de colocar-se a serviço dos excluídos permitiu à Comunidade de Sant'Egidio escrever milhares de histórias de âlibertação da âlepraâ da exclusãoâ, nutrindo amorosamente âmultidões famintas de dignidade e solidariedadeâ.
Ninguém é forçado a ser refém da violência
A comunidade de Sant'Egídio não contou somente histórias de redenção da pobreza e da doença, mas também acreditou obstinadamente que âa paz é possível, que um povo jamais é condenado a ser refém da violênciaâ e dos conflitos.
Por esta razão, destaca o secretário de Estado, âvocês se comprometeram em se aproximar daqueles que se combatem ou se odeiamâ e âvocês prestaram atenção aos feridos da guerra e da miséria: refugiados e emigrantesâ, graças âaos corredores humanitários para os refugiados da Síria e do Chifre da Áfricaâ.
Ninguém é excluído diante de Deus
âNão deixem de retornar à Palavra de Deusâ é a recomendação que o cardeal dirige a todos, sobretudo porque âa compaixão e a paixão não são separadas da paciência, que é a capacidade de trabalhar na fé e na esperaâ.
característica peculiar de Sant'Egídio, que trabalha para construir âo milagre de um encontro sem fronteiras, nas várias periferias do mundoâ, para reconstruir âa família humana para além de suas laceraçõesâ, âtecer laços de fraternidade entre cristãos e crentes de várias religiõesâ de acordo com o âespírito de Assisâ.
Ainda hoje, conclui o cardeal Pietro Parolin âo mundo global precisaâ desta realidade âenraizada na realidade local, mas também capaz de habitar a dimensão global com a fraternidadeâ.
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