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Artificial Intelligence (AI) Action Summit in Paris

Inteligência Artificial: da Cúpula de Paris, uma declaração para governar a IA

Na conclusão da Cúpula Mundial de Paris, a decisão de lançar um diálogo global sobre a inteligência artificial. A presidente da Comissão Europeia anuncia um plano maciço de investimentos de 200 bilhões de euros. O próximo encontro sobre o tema será na Índia.

Stefano Leszczynski - Pope

Os Estados Unidos e a Grã-Bretanha rejeitam declaração final dos Estados que decidiram se coordenar para fortalecer a governança da inteligência artificial. Os signatários da declaração que surgiu da primeira “Cúpula de Ação sobre IA” - que também inclui a China - se comprometem a buscar formas de colaboração sem precedentes para uma inteligência artificial que seja “aberta”, “inclusiva” e “ética”. Um primeiro passo promissor para a próxima edição da cúpula, que será realizada na Índia.  

Uma questão ética

“Aqui lançamos as bases, juntamente com a inovação e a aceleração, do que permitirá que a inteligência artificial se concretize e se estabeleça, ou seja, as chaves para a confiança”, comentou o presidente francês, Emmanuel Macron, no encerramento da cúpula realizada em Paris, nos dias 10 e 11 de fevereiro. A ausência de Washington e Londres na lista de signatários, no entanto, destaca as divisões sobre a abordagem a ser adotada. Em discurso, o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, defendeu a posição do seu país alertando contra o “excesso de regulamentação” da inteligência artificial que “poderia matar um setor em expansão”. Já o governo britânico afirmou que era “de interesse nacional” se recusar a assinar a declaração, que inclui compromissos sobre regras e implicações éticas no uso dessa tecnologia.

Geopolítica da IA

O Reino Unido, que é o terceiro maior país do mundo em termos de desenvolvimento de IA, embora muito atrás dos EUA e da China, pretende, sob o governo de Starmer, dar mais impulso à meta de se tornar “um líder global” na promoção de pesquisas e negócios nesse campo, não sem alguma desregulamentação. Na Cúpula, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que a UE lançou a iniciativa InvestAI, com a qual mobilizará “200 bilhões de investimentos” em inteligência artificial. A iniciativa também inclui um fundo europeu de “200 bilhões para gigafábricas”, ou seja, as fábricas de IA com as quais Bruxelas deseja desenvolver uma Inteligência Artificial Europeia.

Investimentos necessários

Também avaliando positivamente a importância de colocar apostas éticas na governança dessa nova tecnologia estão os empresários do setor, como Marco Ramilli, fundador da IdentifAI, que desenvolveu a primeira plataforma europeia para análise de falsificações profundas. “Um foco ético na IA é crucial porque não estamos lidando com uma tecnologia normal, estamos lidando com uma tecnologia que muda e cria novos conceitos, cria coisas novas que, para nós, muitas vezes são indistinguíveis". Basta pensar, explica Ramilli, no que você pode fazer com a simulação de voz ou de vídeo para se passar por alguém e induzi-lo a tomar determinadas decisões. Afinal, foi exatamente com esse exemplo que o próprio presidente Macron lançou a abertura da Cúpula.

Uma tecnologia a ser dominada

Estamos falando de uma tecnologia muito forte que pode afetar nossas emoções e, portanto, nosso comportamento - explica Marco Ramilli. "Não é por acaso que os fenômenos criminosos ou subversivos ligados ao uso da IA também estão aumentando. Portanto, se por um lado precisamos regulamentá-la do ponto de vista normativo, por outro lado precisamos começar a investir nela, porque se não o fizermos, nós, empresários, nunca conseguiremos competir nesse sistema”.

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12 fevereiro 2025, 09:36