Dia Internacional da Língua Materna, do acesso afetivo e cultural ao Brasil
Maria Rosa Del Gaudio e Uyara Liege*
Nesta sexta-feira, 21 de fevereiro, comemora-se o Dia Internacional da Língua Materna, instituída pela UNESCO com o objetivo de promover a conscientização sobre a diversidade linguística e cultural e o multilinguismo.
A língua materna é a língua que aprendemos no ambiente familiar, de modo natural e não formal. Segundo a fonoaudióloga Jordana de Castro, uma criança, por exemplo, pode ter mais de uma língua nativa, ou seja, materna, se no ambiente em que ela vive a sua infância desenvolve as linguagens que são faladas pelos integrantes familiares.
Tal realidade acontece com os brasileiros que, mesmo morando no exterior, mantêm a sua língua materna no seu contexto e ensina para os seus filhos.
No caso de brasileiros que moram no exterior, existem inúmeras iniciativas ao redor do mundo que atuam na promoção e manutenção da língua materna como língua de herança. A nossa iniciativa , situada em Nápoles, no sul da Itália, realiza, desde 2017, diversas atividades com a comunidade brasileira tendo como fio condutor essa proposta.
É importante para a comunidade encontrar espaços de vivências em grupo no país no qual vive. As famílias plurilíngues experimentam atividades ligadas as suas tradições e, ao mesmo tempo que os pais se reconectam com as suas raízes, proporcionam aos seus filhos um acesso afetivo a sua língua e cultura de herança. "A língua de um povo é a sua alma", segundo Johann Gottlieb Fichte. Viva a nossa Língua Materna!
* Maria Rosa Del Gaudio, ítalo-brasileira de descendência, natural de Belo Horizonte (MG), em 2016, mudou-se para Nápoles, Itália. Desde 2018, é educadora na iniciativa Brasilidade. É mestre em Educação e Psicopedagoga, sspecialista em Docência Universitária e Pedagoga. No Brasil, foi alfabetizadora por mais de 10 anos, professora universitária, coordenadora do curso de Pedagogia, diretora pedagógica universitária, consultora educacional, mediadora literária, assessora pedagógica na Secretaria de Educação de Betim (MG) e aposentada como pedagoga do Ensino Fundamental. Em 2020, fez o curso “Ensine POLH”, realizado pelo Papo de Profes (SP). Em 2021, participou do “Curso de elaboração de materiais didáticos na Université Sorbonne-Nouvelle: o ensino de Português como Língua de Herança”. Esteve no IV SEPOLH (2019, Pisa, Itália) como ouvinte e apresentou o poster “Laboratório POLH: um resgate afetivo pelo viés da Língua Materna”, no V SEPOLH (2021, Barcelona, Espanha) como ouvinte e compartilhando o relato de experiência “O trabalho com gêneros textuais e a competência comunicativa em POLH” e no VI SEPOLH (2023, Portugal), ministrando o workshop “As potencialidades da literatura para o trabalho em/de POLH”. É co-autora do livro Compartilhar é multiplicar: relato de uma experiência com o POLH na Itália.
* Uyara Liege é idealizadora e coordenadora da iniciativa de POLH Brasilidade-Famílias com filhos plurilíngues. É ítalo-brasileira, nascida em Feira de Santana (BA) e, desde 2010, mora no exterior. É mãe, atua na área educacional desde 2000, formada em Pedagogia (UEFS/BA), especializada em Neuropsicologia (FACINTER/PR) e, em 2019, concluiu o curso Didática do Português Língua de Herança, pelo Instituto Camões (PT). O resultado do seu trabalho de conclusão deste curso foi apresentada na sessão de comunicação no IV SEPOLH (Simpósio Europeu sobre o Ensino de Português como Língua de Herança) em Florença e Pisa, Itália, 2019 e publicado no livro Bilinguismo e Línguas de herança: Construindo pontes e diálogos entre línguas-culturas. No Brasil, foi professora do ensino fundamental e formadora de professores. Na Itália, realiza laboratórios interculturais em escolas, colabora como educadora em associações, atua como pedagoga e realiza intervenções de habilitação/reabilitação com crianças, é intérprete e mediadora linguística. Em 2021, participou do “Curso de elaboração de materiais didáticos na Université Sorbonne-Nouvelle: o ensino de Português como Língua de Herança”. Esteve no IV SEPOLH (2019, Pisa, Itália) colaborando na organização do evento e apresentou o poster “Laboratório POLH: um resgate afetivo pelo viés da Língua Materna” e no V SEPOLH (2021, Barcelona, Espanha) como ouvinte e compartilhando o relato de experiência “O trabalho com gêneros textuais e a competência comunicativa em POLH”. É co-autora do livro Compartilhar é multiplicar: relato de uma experiência com o POLH na Itália.
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