蜜桃交友

Silvonei José 鈥� Pope

Na conclusão do ano de 2024, esse trio - Roberta Piccirillo, Giovanni Guaccero, e o poeta gaúcho Eloi Stein - nos brindou com o álbum 鈥淐ores da lua鈥�, lançado precisamente no dia 13 de dezembro de 2024 pelo selo AlfaMusic de Roma, precedido pelo lançamento em plataformas digitais em 22 de novembro.

Nos estúdios da Rádio Vaticano 鈥� Pope pudemos conversar sobre esse presente aos amantes da MPB 鈥淐ores da lua鈥�. Uma conversa que fala da realização desse projeto, mas também da alegria de poder produzir algo importante nas duas margens do Oceano Atântico, Brasil 鈥� Itália.

Capa do CD 鈥淐ores da lua鈥�

No CD, composto de treze faixas de Guaccero as músicas são interpretadas por Roberta Piccirillo nos vocais (ela canta em italiano e português), o próprio Guaccero no piano, Andrea Colella no contrabaixo e Bruno Marcozzi na bateria. As composições, que transitam entre a música brasileira, o jazz e o cancioneiro, baseiam-se em textos dos autores brasileiros, o poeta Luís Elói Stein (dele são as letras de oito peças, incluindo o single Luna nuova), Maria Lúcia Verdi e Gilson Silveira (que assina a homenagem a Jobim Pro Tom) e da italiana Priscilla Bei.

Entrevista nos estúdios da Rádio Vaticano

Cores da lua', o quinto álbum de Guaccero como compositor/pianista, também marca a estreia de Piccirillo, que também vem se aproximando do mundo da música brasileira há vários anos. O álbum conta ainda com participações especiais de grandes nomes da cena italiana e brasileira, como Fred Martins (em Pro Tom) e Tati Valle (em Prece) nos vocais, Gabriele Coen nos saxofones, Henrique Neto no violão de 7 cordas, Francesco Maria Parazzoli no violoncelo, Valeria Piccirillo no violino, Barbara Piperno nas flautas e Gilson Silveira e Valério Xavier na percussão. Na última faixa, o samba Castelos no ar, podemos ouvir nos refrões, entre outros, as vozes de Francesca Piccirillo, Paolo Guaccero e da pequena Elena Guaccero.

Entrevista nos estúdios da Rádio Vaticano

Guaccero afirma no encarte do CD: 鈥淐ores da lua é o ponto culminante de uma jornada que começou com Roberta no campo da música brasileira há cerca de dez anos, quando eu estava lecionando no Conservatório de Reggio Calabria, e continuou em Roma nos anos mais recentes. Cada um de nós tinha sua própria bagagem pessoal de experiências que deram origem a identidades divididas entre a música culta e a popular鈥�. Piccirillo continua: 鈥淣ão foi fácil definir as peças, os possíveis arranjos que poderiam dar a cada uma delas sua própria identidade, caracterizando-as e, para mim, o processo de fazer o disco representou um trabalho muito profundo de introspecção, tanto no que diz respeito à minha relação com o canto quanto no que diz respeito ao que decidi transferir para a interpretação dessas peças, em cada uma das quais sempre (re)procurei e (re)encontrei uma parte de mim鈥�.

Foto de grupo

Detendo-nos a ouvir as faixas do CD, podemos dizer que essas diferentes 鈥渃ores da lua鈥� 鈥� diz o poeta Eloi -, 鈥渆ncantam e nos levam para longe em uma viagem musical aos sons típicos da música brasileira. Podemos nos perguntar, então, que sentido faz fazer um disco de música brasileira na Itália hoje? Talvez a resposta seja que, na diversidade e variedade das linguagens musicais do mundo, todos podem recriar seu próprio universo sonoro, no nosso caso, seu próprio 鈥楤rasil鈥�, que se torna o meio de expressar seus sentimentos e sua arte, para ser compartilhado com os outros鈥�.

A conversa no programa 鈥淓m Romaria鈥�, nos traz a beleza do trabalho de artistas que amam a MPB e a boa música. Um privilégio poder ouvi-los e sentir quanto o Brasil é presente na cultura italiana.

Eis a íntegra do 鈥淓m Romaria鈥�: