Bombardeio israelense num acampamento em Rafah deixa ao menos 50 mortos
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Os olhos da comunidade internacional estão voltados para o Cairo e Rafah. Na capital egípcia, as negociações reabrem esta terça-feira, novamente com a mediação do Egito, dos EUA e do Catar, para tentar reacender a esperança de uma trégua em Gaza após quase oito meses de conflito sangrento. Enquanto isso, na cidade mais ao sul da Faixa de Gaza - depois que o Hamas voltou a atingir Telaviv e o centro de Israel com uma série de foguetes na tarde de domingo, após cerca de quatro meses - ocorreu o enésimo massacre de civis após um ataque violento do exército israelense.
Apesar da decisão da Corte Internacional de Justiça em Haia sobre a interrupção imediata da ofensiva militar em Rafah, aí - de acordo com as autoridades de saúde palestinas - o número de mortos subiu para pelo menos 50 no ataque na noite de domingo ao acampamento de deslocados na área de Tal as-Sultan, a noroeste da cidade. Uma “área designada como humanitária”, que abriga um campo de refugiados, explica o Crescente vermelho palestino, que relata que muitas das pessoas dentro das tendas foram “queimadas vivas”, enquanto os hospitais ao redor “não conseguem lidar com o grande número de vítimas devido à destruição deliberada do sistema de saúde de Gaza pela ocupação israelense”.
Ataque israelense sob investigação
As Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram o ataque “com base em informações de inteligência”, especificando terem como alvo um quartel-general do Hamas enquanto uma reunião de alto nível do grupo terrorista estava em andamento e que usaram “munições de precisão”. Dois comandantes do grupo que opera na Palestina, Yassin Rabia e Khaled Nagar, foram mortos na mesma reunião. A ação, na qual as IDF admitiram que vários civis foram envolvidos após o incêndio que eclodiu, estaria agora sendo “investigada”, mas, enquanto isso, as reações não demoraram a chegar.
Em uma nota, o Hamas incitou todos os palestinos “na Cisjordânia, em Jerusalém, nos territórios ocupados e no exterior a se levantarem e marcharem com raiva contra o massacre sionista em curso contra nosso povo”, enquanto o Egito fala de um “bombardeio deliberado” por parte de Israel. A Autoridade Palestina condenou o ataque, chamando-o de “massacre que ultrapassa todos os limites” e pedindo ao governo dos EUA que “force Israel a parar com essa loucura e genocídio que está cometendo em Gaza”.
Entrada de caminhões com ajudas humanitárias
E enquanto na frente humanitária o Egito reabriu o ponto de passagem de Rafah, por onde, depois de uma interdição de 20 dias, entraram os primeiros caminhões de ajuda destinados ao ponto israelense de Kerem Shalom, em Bruxelas, após uma reunião de cúpula entre a UE, o primeiro-ministro palestino e os ministros dos países árabes, o Conselho de Relações Exteriores examinou a proposta do Alto Representante para Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, de reativar a “Eubam Rafah” (Missão de Assistência Fronteiriça da União Europeia para o Ponto de Passagem de Rafah), uma missão civil de assistência fronteiriça, criada em 2005 para permitir que a UE tenha uma presença de terceiros no ponto de passagem entre Gaza e o Egito.
Enquanto isso, no Líbano, sete pessoas, incluindo um combatente do Hezbollah, morreram após ataques israelenses no sul do país.
(com L’Osservatore Romano)
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