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Mulheres e ç são mais da metade das íپ na Faixa de Gaza

É o que denuncia a Onu. A União Européia pede a interrupção imediata das operações israelenses em Rafah. O Alto representante para política externa, Josep Borrell, denunciou o agravamento da crise humanitária e o risco de que a situação possa “inevitavelmente” levar a novas tensões entre a UE e Israel. Nesse contexto, dos EUA chegam a notícia do The Wall Street Journal de que o governo Biden notificou o Congresso de que pretende prosseguir com a venda de um bilhão de dólares em armas para Israel

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Um dado acima de todos: mulheres e crianças representam pelo menos 56% das mais de 35.000 pessoas mortas na guerra em Gaza. A partir de 7 de outubro, essa é a estimativa “mais abrangente” fornecida pelas Nações Unidas, mais precisamente pela Organização Mundial da Saúde, cujo porta-voz em Genebra, na Suíça, Christian Lindmeier, também ressaltou que a probabilidade de haver outras mulheres e crianças entre as milhares de vítimas que ainda se acredita estarem sob os escombros das casas deve ser levada em consideração. Assim, acrescentou ele, as projeções estatísticas indicam que “chega a 60%”. Os números foram divulgados depois que o ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, criticou a Onu na segunda-feira por dar crédito aos números fornecidos pelo Hamas, com o Unicef, no entanto, chamando a atenção para as centenas de milhares de crianças na Faixa de Gaza que têm “vivido um pesadelo sem trégua” por mais de 200 dias.

Escalada da atividade militar em Rafah e arredores

O secretário-geral da Onu, António Guterres, disse que estava “chocado com a escalada da atividade militar em Rafah e arredores pelas forças israelenses”, denunciando como esses acontecimentos estão dificultando “ainda mais” o acesso humanitário e piorando uma situação “já terrível”. Daí, o apelo renovado para um cessar-fogo humanitário imediato e a libertação de todos os reféns israelenses nas mãos do Hamas, que, de acordo com uma contagem da imprensa, são 128 até o momento.

Alguns deles estariam em Rafah, de acordo com o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), Daniel Hagari: “Estamos determinados a fazer tudo para criar as condições certas para garantir sua libertação”, acrescentou. Na quarta-feira, os bombardeios continuaram na área, principalmente no centro e no leste de Rafah. De acordo com a Onu, 450.000 pessoas já abandonaram da cidade desde 6 de maio, de um total de mais de um milhão de civis que se refugiaram no local. Dezenas de milhares fugiram também na quarta-feira (15/05), no dia em que os palestinos recordam a Nakba, ou seja, a “catástrofe”, palavra usada para descrever a destruição da sociedade palestina em 1948, enquanto os israelenses comemoram o nascimento de seu Estado.

Mulheres e crianças representam pelo menos 56% das mais de 35.000 pessoas mortas na guerra em Gaza (AFP)
Mulheres e crianças representam pelo menos 56% das mais de 35.000 pessoas mortas na guerra em Gaza (AFP)

Operações israelenses também em Jabalya e Zeitun

Enquanto isso, a Onu iniciou uma investigação sobre o ataque de segunda-feira a um de seus veículos em Rafah, que matou um membro da equipe internacional que, com um colega - que ficou ferido -, estava a caminho do Hospital europeu. Além disso, a instalação encontra-se fora de serviço devido ao esgotamento do combustível que alimenta os geradores.

No front israelense, durante os combates no sul da Faixa de Gaza, um soldado foi morto: a IDF informou que essa foi a primeira vítima na avançada do exército em Rafah. Mas as operações israelenses também continuaram em Jabalya e Zeitun, no norte, e um ataque atingiu um apartamento residencial no bairro de Sheikh Radwan, na Cidade de Gaza, com um balanço total de pelo menos 7 mortos e 11 feridos.

Apelo UE pelo fim imediato das operações militares em Rafah

Nesse contexto, dos EUA chegam a notícia do “The Wall Street Journal” de que o governo Biden notificou o Congresso de que pretende prosseguir com a venda de um bilhão de dólares em armas para Israel, uma semana após a pausa no envio de bombas pesadas.  O “The Times of Israel”, por outro lado, anunciou que o conselheiro de Segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, estará em Israel este final de semana, bem como na Arábia Saudita, para discutir a operação planejada em Rafah.

Precisamente o ataque terrestre anunciado continua sendo o principal obstáculo nas negociações para uma trégua, disse de Doha o primeiro-ministro do Catar, Mohamed bin Abderrahman Al-Thani. A União Europeia fez um apelo para o fim “imediato” das operações militares em Rafah: o Alto representante para política externa, Josep Borrell, denunciou o agravamento da crise humanitária e o risco de que a situação possa “inevitavelmente” levar a novas tensões entre a UE e Israel.

(L'Osservatore Romano)

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16 maio 2024, 15:36