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Crian?as Rohingya ap¨®s chegada ¨¤ praia de Kuala Parek, Sungai Raya, em East Aceh Regency, Indon¨¦sia, 1? de fevereiro de 2024. REUTERS/Stringer Crian?as Rohingya ap¨®s chegada ¨¤ praia de Kuala Parek, Sungai Raya, em East Aceh Regency, Indon¨¦sia, 1? de fevereiro de 2024. REUTERS/Stringer 

Rohingya, a persegui??o esquecida de um povo sem direitos

Depois da fuga de Mianmar, os refugiados do grupo ¨¦tnico mu?ulmano vivem em condi??es desesperadoras nos campos de Cox's Bazar, em Bangladesh. Sem documentos legais ou reconhecimento dos requerentes de asilo, permanecem invis¨ªveis para o mundo e sem qualquer garantia de prote??o.

Paola Simonetti ¨C Cidade do Vaticano

O sonho é poder regressar ao Estado de Rakhine, em Mianmar, país para o qual, no Angelus de 11 de fevereiro, o Papa voltou a pedir a paz.. Um regresso que é uma quimera para o povo Rohingya: depois do genocídio de 2017, foram obrigados a empreender uma fuga desesperada, sem a certeza de poder voltar a ver a sua terra natal.

Confinados sem liberdade

 

Os campos de refugiados de Cox's Bazar, no Bangladesh, entre os maiores do mundo, acolheram-nos sem, no entanto, garantir-lhes uma moradia digna, uma verdadeira segurança e a possibilidade de viver livremente.

Ali vivem quase um milhão de refugiados Rohingya, metade das quais são crianças, cujas condições de vida desumanas as privam da educação, da liberdade de brincar e de se movimentar, tanto que caem em depressão.

Um contexto, o dos acampamentos, também sujeito a contínuas tragédias ligadas a desastres naturais, que colocam continuamente em risco a estabilidade dos frágeis abrigos. ¡°Nos campos estas pessoas estão perdendo toda a esperança em um futuro melhor ¨C explicou Sultana Begum, gestora regional de política humanitária da Save the Children na Ásia ¨C não há acesso ao trabalho ou à educação e as famílias estão constantemente expostas à propagação de doenças¡±.

Um povo sem identidade, nem cidadania

Refugiados Rohingya recém-chegados ficam presos em um barco depois que a comunidade próxima decidiu não permitir que desembarcassem depois de lhes dar água e comida em Pineung, província de Aceh, em 16 de novembro de 2023. (Foto de Amanda Jufrian / AFP)
Refugiados Rohingya recém-chegados ficam presos em um barco depois que a comunidade próxima decidiu não permitir que desembarcassem depois de lhes dar água e comida em Pineung, província de Aceh, em 16 de novembro de 2023. (Foto de Amanda Jufrian / AFP)

Os refugiados Rohingya estão entre os mais frágeis do mundo, porque são penalizados pela sua condição de apátridas: ¡°Eles não têm passaporte, estão deslocados em uma rárea onde a maioria destes governos da região não reconhece refugiados ¨C acrescentou Sultana Begum ¨C o que significa que não têm obrigação legal de lhes fornecer apoio. Muitas vezes são tratados como imigrantes e detidos ou deportados por crimes relacionados com a imigração.¡±

O esquecimento da comunidade internacional

 

Ausentes das mesas de discussão dos governos do mundo, a condição destes refugiados permanece invisível no contexto internacional: ¡°Infelizmente não se fala mais sobre a situação dos Rohingya", acrescenta Sultana Begum, que sublinha como parte da solução para o crise reside numa solução política em Mianmar.

Mesmo que ¡°Bangladesh tenha demonstrado um acolhimento extraordinário ¨C concluiu o Gerente Regional de Política Humanitária de Save the Children na Ásia ¨C é um país pobre e outros países devem assumir maiores responsabilidades e apoiar Bangladesh por meio de ajudas humanitárias¡±.

Refugiados Rohingya recém-chegados reagem depois de chegar à praia nadando enquanto outros ficam presos em um barco depois que a comunidade próxima decidiu não permitir que desembarcassem, mas lhes deu água e comida em Pineung, província de Aceh, em 16 de novembro de 2023. (Photo by AMANDA JUFRIAN / AFP)
Refugiados Rohingya recém-chegados reagem depois de chegar à praia nadando enquanto outros ficam presos em um barco depois que a comunidade próxima decidiu não permitir que desembarcassem, mas lhes deu água e comida em Pineung, província de Aceh, em 16 de novembro de 2023. (Photo by AMANDA JUFRIAN / AFP)

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14 fevereiro 2024, 08:55