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Criança obrigada a fugir da guerra Criança obrigada a fugir da guerra  (ANSA)

Parem a guerra contra as ç

Relatório divulgado por Save the Children revela que uma em cada seis ç no mundo (um total de 468 milhões ) viveu em uma zona de guerra em 2022.

Rosa Martins – Pope

Um relatório divulgado pela Save the Children nesta quinta-feira (14), revela a onda de violações dos direitos das crianças ao redor do planeta. Em 2022, uma em cada seis crianças no mundo, o equivalente a 468 milhões, viviam em zonas de conflito. Essas graves violações, que aumentaram 13% com as guerras, chegam à media de 76 por dia. , é possível mapear essas violações por local, tipo e data, com o objetivo de disponibilizar dados combinados ao público pela primeira vez, mostrando um retrato abrangente das tendências detectadas.

O documento intitulado "Stop the war on children" (Pare a guerra contra as crianças), traz um mapeamento de todas as violações e alerta que, com a crise em Gaza e no Sudão, os números tendem a um aumento significativo em 2023.  Os atos de violência contra as crianças compreendem assassinatos e mutilações, sequestros, estupro e violência sexual, recrutamento e uso em exércitos e grupos armados. Há também atos de violência em ataques a escolas e hospitais, bem como a negação de acesso humanitário.

O drama na Ucrânia

De acordo com o relatório, 8.647 crianças foram mortas ou mutiladas, em comparação aos 8.113 de 2021. A Ucrânia registrou  o maior número de casos de crianças mortas ou mutiladas (1.386) e os Territórios Palestinos Ocupados, 1.134, particularmente na Faixa de Gaza. Esse número deve aumentar com os conflitos atuais. A segunda violação mais grave é o recrutamento e o uso de crianças em conflitos: 7.610 incidentes ocorreram em 2022. Em relação a 2021, houve um aumento de 20% dos casos.

O continente africano é a área com o maior número absoluto de crianças em contextos de guerra. Segundo a análise de Save the Children, a República Democrática do Congo foi o pior país para uma criança viver em 2022, por causa da guerra. Na sequência estão Mali e Mianmar, Afeganistão, Burkina Faso, Nigéria, Somália, Síria, Ucrânia e Iêmen.

As crianças também continuam a ser alvo de ataques em locais onde deveriam se sentir mais seguras. De fato, o número de ataques a escolas e hospitais aumentou 74% em um ano, de 1.323 em 2021 para 2.308 em 2022.

As leis não protegem as crianças

De acordo com a diretora geral de Save the Children International, Inger Ashing, as leis globais que foram estabelecidas para proteger as crianças da pior violência que poderia ser cometida contra elas, estão desmoronando. As violações contra as crianças aumentam ano após ano”, disse.

Ashing acrescenta que o mundo acompanha a situação das crianças em Gaza, forçadas a suportar o peso de um conflito no qual mais de um milhão de vidas jovens estão em risco. Os hospitais se tornaram campos de batalha e os suprimentos de alimentos e água foram interrompidos. As crianças querem ser protegidas das bombas, mísseis e minas terrestres, da violência e do abuso. Elas querem se sentir seguras, especialmente em suas casas e bairros, com suas famílias e amigos. “E fazer isso não é fácil porque, como atesta uma declaração do Conselho Palestino das Crianças de Gaza, ‘quando um foguete cai do céu, não faz diferença entre uma pedra e uma árvore, e entre uma criança e um jovem’”.

Para a professora de pesquisa do Peace Research Institute em Oslo, coautora do relatório, Gudrun Østby, os números de violações graves são extremamente alarmantes. “Nossas estimativas para 2023 indicam que uma em cada seis crianças viverá a menos de 50 km de distância de pelo menos um conflito. A comunidade internacional deve exercer todo o seu poder de pressão sobre as partes em conflito para que respeitem o direito internacional e protejam as crianças”, enfatizou.

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14 dezembro 2023, 14:09