COP 28: mobilização dos povos pela terra e pelo clima
Rosa Martins – Pope
Começou nesta quinta (30), em Dubai, nos Emirados Árabes, a 28ª Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU), sobre as mudanças climáticas, COP 28. A sigla em inglês é traduzida por Conferência das Partes para se referir às 197 nações que concordaram com um pacto ambiental da ONU desde o início da década de 1990.
O evento tem como objetivo debater e buscar soluções para a crise climática causada pelas interferências humanas. Participam do mesmo, governos do mundo inteiro, diplomatas, cientistas, membros da sociedade civil e diversas entidades privadas.
A temperatura média global de 2°C acima da era pré-industrial, foi registrada em 2023, pela primeira vez no mundo. Ademais, segundo o Observatório europeu Copernicus, outubro de 2023 foi mês mais quente, com temperatura média do ar à superfície de 15,3°C. Isto significa 0,85º acima da média de outubro de 1991 a 2020.
Igreja na COP 28: Mobilização dos povos pela terra e pelo clima
A Igreja por meio das encíclicas Laudato sì e Laudate Deum tem oferecido à comunidade mundial contribuições indispensáveis.
De acordo com o missionário comboniano padre Dario Bossi, a Igreja do Brasil está bastante atenta às provocações do Papa Francisco e vem se organizando no processo rumo à COP 30 que se realizará em Belém do Pará, na Amazônia no ano de 2025. “A Igreja do Brasil está em diálogo com a sociedade civil que, em Dubai lançará a chamada ‘Mobilização dos povos’ pela terra e pelo clima, uma iniciativa da Pan-Amazônia para o mundo”, explica.
O objetivo dessa mobilização, segundo Bossi, é construir um itinerário de resistência, de propostas ao longo dos próximos dois anos.
Contribuições do Estado e da Sociedade Civil
Para padre Dario Bossi é preciso distinguir o que o Estado levará e o que a sociedade civil pretende defender na COP. A sociedade civil critica as COPs porque não conseguiram resolver até agora o problema do clima, pelo contrário teve um agravamento. Levará uma posição clara sobre os combustíveis fósseis. “Não há mais espaço no mundo para continuar explorando petróleo. Imaginem que só a queima do petróleo e do gás fóssil que existe nos campos em produção, já supera os 140% da poluição limite que foi estabelecida para não agravar o aquecimento do planeta”.
Para padre Dario Bossi, o governo brasileiro, por sua vez, levará um saldo bastante positivo no que se refere à luta contra o desmatamento. Será porta-voz do multilateralismo e das exigências dos países do sul global para que os acordos de Paris sejam respeitados. “Particularmente os países pobres insistem para que se respeite o compromisso de financiamento que os países mais poluidores haviam assumido. Que no sul global se possam instalar medidas de mitigação dos efeitos e de descarbonização das matrizes energéticas. Ou seja, que a produção de energia não seja feita por meios que aumentem o aquecimento global”, conclui.
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