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Celebra-se nesta quarta-feira, 11 de outubro, o Dia Internacional das Meninas sobre o tema “Investir nos direitos das meninas: a nossa liderança e o bem-estar”, com foco especial nas adolescentes.

A eliminação do casamento infantil ainda está a 300 anos de distância e, se nada mudar, 110 milhões de mulheres e meninas estarão fora das salas de aula até 2030. Além disso, 340 milhões enfrentarão a pobreza extrema.

Agravamento da discriminação de gênero

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, destaca que as antigas formas de discriminação contra as meninas continuam e, em alguns casos, estão piorando. No Afeganistão, elas estão impedidas de exercer os seus direitos e liberdades mais básicos. Não podem participar da vida pública, não têm acesso à educação ou independência econômica.

António Guterres alerta que estão surgindo novas formas de preconceito e de desigualdade, com muitas meninas excluídas do mundo on-line. Para o secretário-geral, os algoritmos digitalizam e amplificam o sexismo.

Segundo o líder da ONU, em todo o mundo, as meninas estão reagindo, confrontando o sexismo, combatendo os estereótipos e criando mudanças que devem ser apoiadas.

Estímulo para os ODS

Em sua mensagem para a data, Guterres cita sua proposta estímulo para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.

Ele defende que mais investimento deve ser feito na liderança feminina, tema do Dia Internacional das Meninas deste ano. O financiamento deve apoiar a alcançarem suas ambições e impulsionar a igualdade de gênero.

Segundo Guterres, com mulheres e meninas na liderança, atitudes podem ser transformadas, gerando mudanças e promovendo políticas e soluções que atendam às necessidades.

Neste Dia Internacional das Meninas, o chefe da ONU pede mais vozes para renovar o compromisso na construção de um mundo onde todas possam liderar e prosperar.

Dados

Uma a cada cinco meninas ainda não conclui o Ensino Fundamental e quatro a cada 10 não conclui o Ensino Médio. No entanto, para cada ano a mais de Ensino Médio que uma adolescente frequenta, o seu rendimento potencial aumenta aproximadamente de 10-20%. Isto traduz-se numa maior produtividade econômica, redução das taxas de pobreza e melhoria do bem-estar geral.

Cerca de 90% das adolescentes e mulheres jovens não utilizam a internet nos países de baixa renda, enquanto os seus coetâneos do sexo masculino têm duas vezes mais probabilidade de estarem on-line.

Globalmente, meninas entre cinco e 14 anos gastam 160 milhões de horas a mais todos os dias em cuidados não remunerados e trabalho doméstico do que os meninos da mesma idade.

Um quarto das adolescentes casadas ou em união estável, de idade entre 15 e 19 anos, sofreu violência física ou sexual por parte de um parceiro íntimo pelo menos uma vez na vida.

Mesmo antes da pandemia da Covid-19, 100 milhões de meninas corriam o risco de casamento infantil na próxima década. Na próxima década, mais 10 milhões correm o risco de se casar ainda criança em todo o mundo.

(ONU News)