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A siluette of Pope Francis is seen on a billboard with a text Welcome Pope Francis� in the 13th district of Budapest. (Photo by Attila KISBENEDEK / AFP) A siluette of Pope Francis is seen on a billboard with a text Welcome Pope Francis� in the 13th district of Budapest. (Photo by Attila KISBENEDEK / AFP) 

Hungria, de sua fundação aos dias atuais

Libertada do jugo soviético em 1989, a Hungria iniciou um processo de transição para a democracia e uma economia de mercado e em 1991, junto com a Polônia e a então Tchecoslováquia, formou o Grupo Visegrád, aliança militar, econômica e política nascida com o objetivo de promover a integração dos três países na União Europeia e na OTAN. A nação aderiu à Organização Atlântica em 1999 e à UE em 2004. Em 2007 também aderiu ao espaço Schengen sem, no entanto, adotar o euro.

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Nesta sexta-feira, 28, o Papa inicia a 41ª Viagem Apostólica de seu pontificado, retornando à Hungria, onde em 12 de setembro de 2021 concluiu o 52° Congresso Eucarístico Internacional. Francisco permanece no país europeu até o domingo, 30 de abril.

Localizada no coração da Europa Centro-Oriental e sem litoral, a Hungria faz fronteira com a Eslováquia ao norte, Áustria e Eslovênia a oeste, Croácia a sudoeste, Sérvia ao sul, a leste com a Romênia e a nordeste com Ucrânia. Seu território é quase exclusivamente plano. O relevo mais alto é o Monte Kékes (1.014 m), na cordilheira Mátra. Os dois principais rios são o Danúbio e seu afluente o Tisza. No país existe também o maior lago da Europa Central, o Balaton (594 km2).

Capital: Budapeste (1.774.000 habitantes.)
Superfície: 93.032 quilômetros quadrados (Itália: 302.073 quilômetros quadrados)
População: 9.731.000 hab.
Densidade: 105 habitantes/km2
Idioma: húngaro
Principais grupos étnicos: magiares (86%), ciganos (3%), alemães (2%)
Religião: Católicos (61%), Protestantes (15%), Ateus (18%)
Forma de governo: República parlamentar
Unidade monetária: florim húngaro (1 EUR = 375 HUF)

A Hungria é membro das seguintes organizações internacionais: Conselho da Europa, BERD (Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento), OTAN, OECD (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), ONU, OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa), observador da OEA, UE, OMC

A Hungria deriva seu nome dos húngaros, populações originárias da Ásia Central, que se estabeleceram permanentemente nas planícies do médio Danúbio no século IX dC. Os húngaros atuais descendem da principal tribo húngara, a dos magiares que no século XI, sob a liderança da dinastia Arpadi, deram vida à sua primeira organização estatal, o Reino da Hungria liderado pelo rei Santo Estêvão, também fundador do Igreja húngara.

Com uma centenária tradição de independência e uma identidade étnica, religiosa e cultural própria, na era moderna a Hungria teve de se defender, por um lado, das pressões do Império Otomano, por outro, das tentativas de germanização por parte os Habsburgos, aos quais esteve sujeita de fato desde o início de 1600 e por direito de 1697 até 1918, quando então obteve a plena independência.

Em 1920, com o Tratado de Trianon, o Estado húngaro perdeu mais de dois terços de seu território para a Romênia, Eslováquia e Iugoslávia, onde as minorias húngaras permaneceram e existem até hoje. Com o apoio da Alemanha nazista e da Itália fascista, entre 1938 e 1940 o país, então liderado pelo regente Miklós Horthy (1920-1944), conseguiu fazer valer suas reivindicações territoriais sobre a Croácia, a Eslováquia e a Transilvânia em disputa com a Romênia. Entrou na guerra em 1941 ao lado das potências do Eixo, em 1944 foi ocupada pelos alemães que fizeram uso da colaboração do partido de extrema-direita Cruz Flechada para o extermínio de judeus húngaros.

No final da guerra, a Hungria foi ocupada pelos soviéticos, em 1947 foi forçada a voltar para suas fronteiras de 1919 e em 1948-1949 foi declarada República Popular sob a liderança rigidamente stalinista de Mátyás Rákosi. Apesar da sangrenta repressão realizada pelas tropas soviéticas contra a Revolução Húngara de 1956 e a posterior entrada no Comecon, o Conselho de mútua assistência econômica desejado por Stalin, o país conseguiu manter mais contatos com a Europa Ocidental do que outros países do Pacto de Varsóvia.

Libertada do jugo soviético em 1989, a Hungria iniciou um processo de transição para a democracia e uma economia de mercado e em 1991, junto com a Polônia e a então Tchecoslováquia, formou o Grupo Visegrád, aliança militar, econômica e política nascida com o objetivo de promover a integração dos três países na União Europeia e na OTAN. A nação aderiu à Organização Atlântica em 1999 e à UE em 2004. Em 2007 também aderiu ao espaço Schengen sem, no entanto, adotar o euro.

Em 2010, a coalizão nacional-conservadora Fidesz, liderada pelo ex-primeiro-ministro Viktor Orbán (no governo de 1998 a 2002), venceu novamente as eleições em uma fase social e econômica muito crítica para o país. Entre os temas fortes de seu governo: o fortalecimento da soberania nacional; a segurança; o relançamento da economia com estímulos ao consumo interno e ao investimento, o combate ao desemprego e o apoio às famílias e ao crescimento demográfico. A recuperação econômica que se seguiu, a redução drástica do desemprego (que era de 11% em 2010) e o regresso da dívida pública aos níveis pré-crise permitiram a Orbán consolidar o seu apoio junto dos húngaros que o reconfirmaram nas eleições de 2014 e 2018, às eleições europeias de 2019 e novamente às eleições políticas de 2022. Isto apesar de algumas medidas controversas sobre a liberdade de imprensa, sobre o pluralismo de informação e educação, a autonomia do poder judicial e de outras instituições independentes (às quais se soma a nova lei sobre as Igrejas que entrou em vigor em 1º de janeiro de 2012), que suscitaram vários apelos e medidas do Conselho da Europa e da União Europeia.

Com esta última, outro motivo de contraste foram as políticas migratórias introduzidas por Budapeste que, juntamente com outros países do chamado Grupo de Visegrado, rejeitou a redistribuição obrigatória por cotas de refugiados e a partir de 2015 iniciou a construção de um muro ao longo da fronteira sul para interromper o fluxo de migrantes da chamada "rota dos Balcãs". Por outro lado, deve-se observar que o próprio governo húngaro concedeu vários empréstimos nos últimos anos a refugiados e comunidades cristãs perseguidas em áreas de conflito no Oriente Médio.

Outro motivo de conflito com as instituições europeias foi a aprovação, em 15 de junho de 2021, de uma nova lei que torna ilegal a exibição a um menor de conteúdos que representem ou promovam "qualquer desvio da identidade correspondente ao próprio sexo atribuído no nascimento, mudança de sexo ou promoção da homossexualidade”. O objetivo declarado das novas regras é proteger os menores e "declarar claramente que apenas os pais podem decidir sobre a educação sexual dos filhos", mas, segundo seus detratores, seria uma lei discriminatória.

As posições de Orbán levaram à sua suspensão do Partido Popular Europeu em 2019, do qual o primeiro-ministro húngaro anunciou a saída do Fidesz em março de 2021. A Hungria continuou a manter uma posição distante da UE, mesmo em relação à guerra na Ucrânia, que eclodiu após a invasão Rússia de 24 de fevereiro de 2022, opondo-se ao regime de sanções aplicado a Moscou e ao envio de armas para Kiev, e vetando inicialmente (posteriormente removido) um pacote de ajuda da UE à Ucrânia no valor de 18 bilhões para todo o ano de 2023, mesmo recebendo milhares de ucranianos refugiados que fugiram do conflito. Além disso, em 14 de março de 2023, o Parlamento húngaro voltou a adiar a votação da ratificação da adesão da Finlândia e da Suécia à OTAN, solicitada pelos dois países escandinavos após o início do conflito. O vice-primeiro-ministro húngaro, Zsolt Semjen, justificou o adiamento com o atraso nas negociações com a Comissão Europeia em mérito aos fundos da UE destinados a Budapeste, embora a questão não tenha qualquer relação com a entrada da Finlândia e da Suécia na OTAN.

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27 abril 2023, 10:08